22/02/24 | São Paulo
Reportagem publicada no Portal Solar
Dados da CCEE mostram que a fonte fotovoltaica produziu 2.945 MWmed no período; mercado livre de energia registrou recorde de migrações no mês
A geração de energia solar fotovoltaica no Sistema Interligado Nacional (SIN) cresceu 52,4% em janeiro, para 2.945 megawatts médios (MWmed), ante 1.933 MWmed no mesmo período de 2023, mostra o boletim da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Conforme o documento, a geração de usinas hídricas e térmicas apresentaram incremento no período, com avanços de 1,6% e 20,7%, respectivamente.
Já a produção de usinas eólicas teve queda de 14,5%, na mesma base de comparação. No total, a geração de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) registrou 73.452 MW médios, crescimento de 2,7% em relação ao mesmo mês anterior.
A análise indica que, a menor geração hidráulica e uma maior geração por parte das térmicas foi resultado de um cenário de pior hidrologia no ano corrente, associada a um período úmido com cenário de hidrológico (chuvas, vazões e armazenamentos) desfavoráveis, inferiores em relação ao último ciclo, e com temperaturas mais elevadas na maior parte do país.
Aumento de consumo
De acordo com a CCEE, o consumo de energia elétrica no SIN registrou um aumento de 6,6% quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Ao realizar as análises por ambientes de contratação de energia, enquanto o Ambiente de Contratação Regulada (ACR) apresentou aumento de 7,5%, o Ambiente de Contratação Livre (ACL) cresceu 5,0%.
Este resultado foi impulsionado pela exportação de energia elétrica observada no primeiro mês de 2023. Ao considerar a exportação de 1.113 MW médios em janeiro de 2023 e de 66 MW médios em janeiro de 2024, o SIN avança 4,9%, enquanto o ACL cresce 4,5%.
Na análise regional, o consumo no ambiente regulado foi bastante influenciado pelo volume de chuvas e temperaturas maiores/menores. Destaque para o Rio Grande do Sul, que com temperaturas menores que o mesmo período de 2023 e maior volume de chuvas, registrou retração de 7,1%, o único entre os estados para janeiro de 2024.
Na outra ponta, com temperaturas maiores e menor quantidade de chuvas, em relação direta com o fenômeno El Niño, os estados do Amazonas (25,1%), Maranhão (21,0%), Mato Grosso (16,9%) e Acre (14,9%) apresentaram os maiores crescimentos.
Recorde no mercado livre
Com a abertura do mercado de energia elétrica para todo o grupo tarifário A (alta tensão), as migrações registraram recorde em janeiro, atingindo 2460 novas unidades consumidoras. De acordo com o levantamento, pouco mais de 30% do total das migrações ocorreu em São Paulo, que registrou a maior quantidade (756), seguido pelo Rio de Janeiro (258 e 10,5% do total) e Rio Grande do Sul (235 e 9,5% do total).
Entre os ramos de atividade, destaque para as quantidades de novas unidades consumidoras para os ramos de comércio (691 e 28% do total), serviços (562 e 22,8% do total) e alimentícios (309 e 12,5% do total). Finalmente, para as classes, a grande maioria das migrações, 1.872 ou 76,1% do total, foram a partir de um comercializador varejista, enquanto 18,7% (460) foram de consumidores especiais e 5% (123) de consumidores livres.