10/08/21 | São Paulo
Reportagem publicada no Jornal Estadão Mato Grosso
A geração de energia solar fotovoltaica em Cuiabá aumentou 43,5% no 1º semestre de 2021. O crescimento do setor é o resultado do aumento do custo da energia elétrica, que subiu ainda mais após o início da crise hídrica. A capital assumiu a liderança no ranking municipal de geração distribuída, passando a ter uma contribuição de 1,3% da potência instalada nacional.
Cuiabá se destaca no ritmo de expansão de energias renováveis no Brasil. Em janeiro deste ano, a capital mato-grossense já se destacava como a cidade com maior potência instalada no sistema de geração distribuída. Na época, eram 53 megawatts (MW), cerca de 1,2% do total nacional. Seis meses depois, a energia solar gerada em Cuiabá atingiu 76,1 MW, o que representa 1,3% da potência instalada no país.
Próximo aos resultados de Cuiabá está Brasília, com 73,2 MW (1,2%) do sistema. Os dados constam do boletim de mercado do Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).
Dentre os estados, Mato Grosso também está em destaque: é o 4ª colocado na geração distribuída, com contribuição de 7,4% da geração nacional. Perde apenas para Minas Gerais (18,9%), Rio Grande do Sul (12,7%) e São Paulo (12,6%).
O modelo de geração distribuída se refere a sistemas de microgeração (até 75 kW) e minigeração (entre 75 kW e 5 MW), independente se instalado em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais ou prédios públicos.
Nas a classe de consumo, o modelo GD é mais popular em residências, que representa 40,9% da potência instalada. Na sequência, estão as instalações em comércio e serviços (36,5%), nos ambientes rurais (13,1%), na indústria (8,2%) e demais consumidores (1,5%).
Quanto à contribuição da energia solar na matriz energética brasileira, o 1º semestre de 2021 encerrou com a fotovoltaica centralizada chegando a 1,9%, injetando uma carga de 3.427 MW. Diferente da geração distribuída, os sistemas centralizados são unidades outorgadas do mercado regulado e do mercado livre.
No início do ano, a participação desse modelo ficava atrás da produção de fontes não sustentáveis, como carvão mineral, que contribuía com 2% da carga nacional. Porém, no encerramento desse semestre, o sistema fotovoltaico centralizado saiu de uma participação de 1,6% para 1,9%, igualando-se ao da energia produzida a partir do carvão mineral, que teve um leve recuo, passando a 1,9%.