Geração de energia solar cresce quase 42% durante a pandemia no Rio Grande do Sul

20/08/20 | São Paulo

G1 – Rio Grande do Sul 

Em cinco meses, aumento foi de mais de 125mw. Estado é o segundo no país no ranking de geração de energia solar.

A geração de energia solar cresceu no Rio Grande do Sul em meio à pandemia de coronavírus. De março a agosto, a potência instalada em solo gaúcho cresceu 125 MW (megawatts), passando de 299,6 MW para 424,9 MW — um aumento de 41,8%.

O estado é responsável por 13% da geração em todo país, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). Ao todo, o RS conta com mais de 40 mil unidades consumidoras, que geram ou recebem energia da fonte solar. São 493 municípios com ao menos um sistema solar fotovoltaico.

“A maioria das empresas nos procurou para tentar reduzir o custo de energia. Como hoje é um fator que pesa para os proprietários, para as empresas, a energia solar veio para reduzir esse custo. O crescimento se deu em todas as áreas, desde a parte agrícola até a residencial e comercial”, diz Ezequiel Rosvadoski, sócio-proprietário de uma empresa que vende e instala esses sistemas.

O valor do investimento para instalação varia de R$ 12 mil para residências a R$ 100 mil para empresas, dependendo do tamanho e da quantidade de placas instaladas.

Para a coordenadora estadual da ABSOLAR no RS, Mara Schwengber, a geração de energia a partir da fonte solar pode ser um impulsionador do crescimento econômico no estado pós-pandemia.

“Só nesse setor a gente gera mais de 12 mil empregos. Mas tem uma outra questão que é muito importante levar em consideração. Quando o consumidor deixa de pagar um determinado de valor na fatura de energia para a distribuidora, esse recurso passa a circular na economia local”, aponta.

Um centro especializado em oftalmologia de Erechim, no Norte do estado, que gastava quase R$ 6 mil com energia elétrica, decidiu investir na instalação de 176 placas solares. O sistema está sendo instalado no telhado da empresa e deve gerar energia para toda a estrutura.

No local, são os aparelhos e equipamentos cirúrgicos e a climatização do ambiente que consomem mais energia. Com o sistema fotovoltaico, a expectativa é reduzir em até 95% as contas de luz.

Já em uma empresa de comunicação visual, o proprietário Rodrigo Agostini instalou as placas solares em 2019 e garante que o investimento ajudou a manter as contas em dia.

“Essa diferença de tarifa que eu pagava antes, eu posso, daqui a pouco, não deixar atrasar um boleto, não desligar um colaborador, ou simplesmente ter um capital para o próximo mês”, sublinha.

A geração de energia através do sol é uma alternativa limpa que, segundo os especialistas, garante retorno financeiro do investimento em até cinco anos. Mas Rodrigo reforça que a alternativa não é boa apenas economicamente.

“É mais sustentável, mais ecológico. A gente tem que pensar também no que vem depois, nas próximas gerações”, afirma.