Geração de energia solar no Rio Grande do Sul deve crescer mais do que 70% em 2022

17/02/22 | São Paulo

Reportagem publicada pelo Jornal do Comércio

Iniciando o ano com um pouco mais de 1 mil MW de potência instalada no Rio Grande do Sul, a geração distribuída solar (feita pelo próprio consumidor, através de painéis fotovoltaicos) deve aumentar esse número em pelo menos mais 700 MW (70%) em 2022. “Mas, pode alcançar até mais, não é de se duvidar que dobre de patamar até o final do ano”, projeta o coordenador do Fórum Estadual de Energia Solar, Tiago Cassol Severo.

As perspectivas otimistas animam a realização da segunda edição do fórum, que ocorrerá nos dias 17 e 18 de março, no Centro de Eventos de Nova Petrópolis. A cidade ainda sediará a Feira Solar, espaço aberto ao público que abrigará mais de 30 expositores e que acontecerá no dia 19 de março, na Rua Coberta. Severo detalha que o fórum é um debate técnico com agentes do setor, abordando as perspectivas do mercado, e a feira servirá para os interessados em geral conhecerem mais da energia solar e até fecharem eventuais negócios.

O dirigente lembra que o Rio Grande do Sul é o terceiro estado do País em capacidade instalada de geração distribuída solar, sendo superado apenas por Minas Gerais e São Paulo. Conforme dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o território gaúcho responde sozinho por 11,9% de toda a geração própria de energia solar no País. O Estado possui 109.914 conexões operacionais espalhadas por todos os seus 497 municípios. Também segundo a entidade, desde 2012, a geração própria de energia solar já proporcionou ao Rio Grande do Sul a atração de mais de R$ 5,7 bilhões em investimentos, geração de mais de 31,7 mil empregos e a arrecadação de mais de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos.

Severo salienta que os gaúchos sempre tiveram um viés empreendedor, o que facilitou o desenvolvimento de um ambiente propício para o crescimento do uso da energia solar. Entretanto, como o setor cresce exponencialmente todos os anos, ainda há carência de mão de obra. O dirigente recorda que neste ano haverá uma mudança nas regras dos projetos de geração distribuída, o que deve ocasionar uma “corrida” por soluções dessa natureza.

A nova regulamentação reflete no payback (tempo de retorno do investimento) dos empreendimentos, esticando esse prazo. Porém, quem encaminhar seu projeto solar até o começo de janeiro de 2023 terá garantida uma condição mais vantajosa da compensação dos créditos da energia gerada e jogada na rede elétrica. Esses créditos são descontados da conta de luz quando o consumidor está usando a energia da concessionária.

Mesmo que a partir do próximo ano ocorra um alongamento do payback, Severo enfatiza que a energia solar não ficará inviável e continuará atrativa. Ele argumenta que não há perspectiva de as tarifas das distribuidoras baixarem, o que manterá a geração distribuída como uma alternativa interessante quanto ao custo. O dirigente acrescenta que, com o avanço da tecnologia, os painéis fotovoltaicos serão mais eficientes e terão preços mais competitivos.

As inscrições e mais informações sobre o 2º Fórum Estadual de Energia Solar podem ser obtidas no site www.forumenergiasolar.com.br. O evento é uma realização do Arranjo Produtivo Local Metalmecânico e Automotivo da Serra Gaúcha (APLMMeA), Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e Região (Simecs), Universidade de Caxias do Sul (UCS), Sebrae e Instituto Senai de Tecnologia e Sicredi.

Estado possui cerca de 1 mil MW de potência instalada através de painéis fotovoltaicosSEBRAE RS/DIVULGAÇÃO/JC (Foto: )