03/06/22 | São Paulo
Reportagem publicada pelo Jornal Estadão Mato Grosso
Cuiabá segue liderando a geração de energia solar há mais de um ano, alcançando a marca de 117 megawatts de potência instalado no município, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). Além disso, Mato Grosso é o quarto maior gerador de energia solar no país, com cerca de 700 megawatts de potência instalada.
Tiago Vianna de Arruda, presidente do Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso (Sindenergia/MT), lembra que Mato Grosso está atrás apenas de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul.
“Se levar em conta a quantidade de solar versus o tamanho do mercado, a geração distribuída representa mais de 10% da energia consumida no Estado. Essa é uma marca histórica, que mostra que o sistema elétrico está preparado para receber essa fonte [de energia] de forma massiva, para diminuir o custo de energia no médio e longo prazo”, diz Tiago, em entrevista ao Estadão Mato Grosso.
Mato Grosso concentra alguns fatores que fazem com que a geração de energia solar seja um sucesso. Um deles é que o calor escaldante obriga as pessoas e empresas a usarem cada vez mais ar-condicionado. Além disso, o calor atua como um atrativo para investimento no setor.
Além disso, há várias fontes de financiamento, em especial no setor do agronegócio, que está preferindo fazer instalações nas fazendas, por vezes com sistema “off grid”, em que não há ligação com a rede de energia da concessionária.
“Ele passa apenas a trocar conta de luz por financiamento, então ele paga essa conta durante um prazo, se ele escolher financiar. Após isso, ele tem energia de graça”, resume o empresário.
CAMINHO SEM VOLTA
A geração de energia por fontes renováveis, como a solar, de biomassas e outras fontes “amigas do meio ambiente”, é praticamente um caminho sem volta. Trata-se de uma resposta ao acionamento das usinas termelétricas durante os períodos de escassez hídrica, o que causa o encarecimento da tarifa de energia.
“O grande medo do setor elétrico é que [o acionamento das térmicas] gera a bandeira amarela, bandeira vermelha, bandeira de crise hídrica… Isso tem um aumento de 20% a 30% no custo de energia. Esse aumento já vem cobrando no fluxo de caixa. Então, quando você tem mais renovável, você tem energia mais barata e limpa”, conclui.
Dados da ABSOLAR apontam que o setor gerou mais de 450 mil empregos de 2012 para cá, além de evitar que cerca de 20 toneladas de dióxido de carbono fossem ‘jogadas’ na atmosfera, contribuindo para reduzir as mudanças climáticas.