27/05/22 | São Paulo
Reportagem publicada em O Globo
A associação dos geradores de energia solar (Absolar) está sem entender a decisão do governo desta sexta-feira no chamado leilão de energia A-4, ou seja, que contrata projetos para daqui a quatro anos. É que, apesar de lances da energia solar terem tido os menores preços, a escolha foi pela contratação de pequenas usinas hidrelétricas (PCHs) e térmicas a biomassa, com custos mais elevados.
Segundo o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia, não há justificativa econômica para o resultado do leilão, que foi coordenado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), mas seguindo orientações do governo.
– Hoje, mais uma vez vez a energia solar foi a mais competitiva, com menor preço de venda, mas não foi a mais comprada pelo governo. São contratos de 20 anos, que terão seus custos repassados para os consumidores – explicou.
O custo da energia solar foi de R$ 178,24 o MWh, mas só foram contratados pelo governo 166 MW de potência instalada. Já a térmica a biomassa teve preço de R$ 314,93, mas conseguiu vender 409 MW de potência. As PCHs foram vendidas a R$ 281,65 o MWh, com 189 MW de potência.
– Tenho muita dificuldade de explicar o resultado desse leilão, gostaria de ter uma justificativa racional. O volume contratado foi maior de fontes mais caras, o consumidor vai pagar isso na tarifa. Se tivesse contratado mais solar e eólica, os custos seriam menores, mas optaram por hidrelétricas e biomassa.
Pela avaliação da entidade, se o governo tivesse contratado o mesmo montante de biomassa ao preço das usinas solares, a economia seria de R$ 1,47 bilhão. Na comparação entre o preço da fonte fotovoltaica com o valor contratado de PCHs, a economia seria de R$ 1,52 bi.
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