25/05/24 | São Paulo
Ao depender dos equipamentos utilizados no estabelecimento, autonomia pode chegar em até 13h, evitando prejuízo principalmente para o setor de bebidas e alimentação
Reportagem publicada pelo Trends THK
As quedas frequentes de energia na cidade de São Paulo, em 2023 e no começo deste ano causaram um prejuízo bilionário para diversos comerciantes dos 24 municípios da região metropolitana que são atendidos pela Eneel. Segundo cálculos da Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), os setores de comércio e serviços podem ter perdido cerca de R$ 1,3 bilhão em faturamento.
Mas afinal o que os comerciantes podem fazer para tentar evitar o prejuízo e a perda de alimentos refrigerados ou bebidas, por exemplo? Uma solução que já vem sendo buscada pelo setor é a instalação de sistemas fotovoltaicos, pois há a possibilidade de agregar baterias para armazenamento da energia excedente. Dados da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), de abril deste ano, apontam um movimento pela procura por soluções fotovoltaicas e o comércio já é a segunda classe de consumo mais atendida pela energia solar no Brasil, com 28,87%.
O chefe de engenharia da rede de franquias Solarprime, Rodrigo Almeida, recomenda que o uso de baterias pode garantir uma boa autonomia, evitando que o comerciante tenha prejuízos em casos de queda de energia mais duradoura. “Existe no mercado um modelo de bateria com grande nível de segurança, que é a de lítio. Eles são comumente empregadas em quase todos os equipamentos eletroeletrônicos, como celulares, computadores, etc. Elas são escolhidas pelo nível de carga, mas também pela segurança que oferecem em relação aos seus materiais de fabricação” explica.
Autonomia e retorno de investimento
A autonomia de um sistema de baterias de armazenamento pode variar muito por dois fatores: o tempo de uso e a potência do equipamento. “Imagine se você colocar 20 lâmpadas de led de 15W em uma bateria de 5 mil watts/hora ou simplesmente 5kWh, considerando também que ela vai descarregar até 20% da sua carga total, teremos aí uma autonomia de 13h, aproximadamente. É claro que temos que levar em conta que a bateria irá descarregar até 20% da sua autonomia total, para aumentar os ciclos de carga e descarga”, considera Almeida.
Para aplicação das baterias, o comerciante pode definir as cargas consideradas prioritárias que podem ser supridas com o armazenamento de energia. Para que isso seja possível, o cliente deve adquirir um projeto fotovoltaico com dimensionamento do circuito elétrico e das baterias compatível com os equipamentos instalados no comércio, desde uma geladeira, refrigerador, etc.
Com relação ao retorno de investimento do comerciante, tudo vai depender da quantidade de baterias necessária para a instalação e também o tipo de aplicação. Outro ponto é: um comércio que pode perder seu estoque em questão de horas, no caso de alimentos refrigerados, por exemplo, não pode se basear apenas o investimento inicial para investir em uma bateria. “Ter baterias nesse caso não será apenas uma questão de economia, mas sim de necessidade. Por exemplo, uma clínica médica que precisa de backup durante um tratamento específico e não pode ser interrompido precisa de um sistema de backup independente do preço, para que um serviço vital de saúde não seja interrompido”, alerta Rodrigo.
Gerador de energia x bateria
No comparativo entre o uso de baterias e do gerador de energia surge a dúvida de qual valeria mais a pena. O chefe de engenharia da Solarprime Rodrigo Almeida explica que tudo vai depender do tipo de equipamento utilizado no comércio. “Digamos que o cliente pretende conectar na rede elétrica vários equipamentos com potência muito elevada e por muitas horas. Aí nesse caso o melhor investimento é mesmo o gerador a diesel. Porém, se o uso dos equipamentos é sazonal por pequenos períodos, o melhor a fazer é adquirir as baterias”, reforça.