18/09/24 | São Paulo
Reportagem publicada pelo Diario de Pernambuco
Nos últimos anos, vimos um aumento exponencial do uso de energia fotovoltaica no Brasil, e o setor agrícola é um dos principais que vem contribuindo para o aumento dessas aplicações. Atualmente, o agro representa 14,26% da potência gerada por fonte solar, totalizando 4,2 megawatts (MW) de cerca de 234 mil sistemas de geração distribuída (GD) existentes
Além disso, há a previsão de que, ainda em 2024, 9,4 GW sejam adicionados à rede também devido à geração própria de energia solar pelo agronegócio². Esses números refletem o constante investimento do setor na geração própria de energia e geração distribuída como forma de reduzir custos, aumentar a eficiência produtiva e tornar o setor mais sustentável.
Olhando para a cultura e geografia do Brasil, uma das regiões que mais vem se destacando nesse tipo de geração é o Nordeste. De acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a região Nordeste do país ultrapassou a marca de 5,1 gigawatts (GW) de potência instalada no primeiro semestre de 2024³. Considerando projetos de energia solar aplicados em pequenos terrenos, telhados, fachadas e lavouras, hoje os sistemas fotovoltaicos instalados na região já ultrapassam os 480 mil. Além dos altos índices de radiação solar e áreas agricultáveis na região, fatores como políticas de incentivo e investimentos significativos, que já somam mais de R$ 25,8 bilhões, desde 2012.
Aplicações
A aplicação da energia solar no setor rural ou agrícola pode ser das mais diversas, como na irrigação do plantio; refrigeração da safra; carnes; laticínios e outros produtos; na regulação de temperatura para o cuidado animal; iluminação; segurança da propriedade rural; telecomunicações, entre outros. É possível trabalhar com projetos fotovoltaicos de estilos variados, indo desde usinas solares flutuantes, na qual os painéis pairam sobre a água, até a aplicação de placas em paralelo à plantação – que funcionam como cercas de plantio.
Robustez e qualidade são fundamentais
Sabe-se que o setor agropecuário enfrenta muitas intempéries, como chuvas, ventos, inundações, pragas, entre outros, por isso, apesar dos incentivos e facilidades, e da variação de preço, na hora de escolher um parceiro para a implementar um projeto fotovoltaico é importante estar atento à qualidade do produto oferecido.
Hoje, existem relevantes certificações que garantem a segurança e eficácia dos itens, como é o caso do PV Evolution Labs (PVEL), principal laboratório independente do setor fotovoltaico global, entre outros. Também já é possível encontrar no mercado soluções fotovoltaicas exclusivas e específicas para o uso no agro, que podem ser aplicadas em talhões de lavouras, servindo como cercas geradoras de energia – o que potencializa ainda mais o uso dos espaços da propriedade e torna a aplicação ainda mais simples e eficiente.
Para 2025, as expectativas do setor agrovoltaico no Brasil seguem otimistas. A nova lei (Lei 14.300/2022) garante benefícios aos projetos que foram apresentados no último ano, incluindo a manutenção da regra de retorno de 100% da energia cedida à concessionária até 2045. Essa atratividade deve estimular ainda mais o investimento em energia solar por parte dos produtores rurais, contribuindo a economia no campo e garantindo um futuro sustentável para o setor, acelerando e moldando o agronegócio brasileiro de forma mais autossuficiente.