Importação de módulos fotovoltaicos aumenta 92% no semestre

03/08/20 | São Paulo

Brasil Energia 

Estudo da Greener também aponta que os preços para o cliente final ficaram estáveis, apesar das variações cambiais

O Brasil importou 2,49 GW de módulos fotovoltaicos no primeiro semestre deste ano, contando geração centralizada e distribuída. É um volume 92% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, segundo o Estudo Estratégico de GD da consultoria Greener lançado na sexta-feira (31/07).

Quando comparado ao semestre imediatamente anterior, o volume representa uma redução de 12%, refletindo uma parte dos efeitos da Covid-19 no mercado. Contudo, historicamente, os segundos semestres têm mais instalações de geração distribuída do que os primeiros.

Para o estudo, a Greener entrevistou mais de 2.000 empresas integradoras entre 21 de maio e 30 de junho, além de 410 usuários finais e 33 desenvolvedores de grandes usinas GD. A consultoria estima que existem 14.200 empresas integradoras no setor fotovoltaico.

Por conta da redução nas vendas devido à crise, mais de 80% das empresas demonstraram preocupação com a disponibilidade de caixa, sendo que metade afirmou estar muito preocupado com esse ponto. Apesar disso, quase 90% das empresas afirmaram estar entre “confiante” e “muito confiante” com a retomada após o fim da pandemia.

Mesmo com a desaceleração no volume de vendas, no primeiro semestre de 2020, segundo dados da Aneel, foram conectados mais de 900 MW de sistemas fotovoltaicos de GD, o que representa 30,6% do total conectado ao longo de todos os anos.

O estudo também concluiu que a geração distribuída remota apresentou importante evolução apesar das turbulências no período. Mais de 915 MW de projetos solares para locação estão em operação ou em fase de construção. Além disso, há um pipeline superior a 1,5 GW em desenvolvimento, dos quais ao menos 600 MW já possuem contratos firmados com consumidores. “O mercado de GD remota para locação está movimentando mais de R$ 3 bilhões e outros R$ 5 bilhões deverão ser investidos”, disse Marcio Takata, diretor da Greener.

A empresa ressaltou ainda os efeitos das flutuações abruptas do câmbio no período, que afetam o setor pois grande parte dos equipamentos utilizados são importados, impactando o custo dos sistemas. Entretanto, o estudo aponta que os custos foram marginalmente repassados ao cliente final e em muitos casos os preços para o cliente final ficaram estáveis. “Ao que tudo indica, as cadeias de distribuição e de integração estão absorvendo os custos, ajustando suas margens para se manterem competitivos”.