27/07/20 | São Paulo
A medida dá fôlego extra ao setor e incentiva novos projetos. Boa parte dos equipamentos vem do Exterior, especialmente da China, e o corte nos tributos tenta compensar o efeito negativo causado pela alta do dólar ao longo de 2020. Os equipamentos tinham alíquota entre 12% e 14%, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).
A isenção temporária beneficia particularmente o Rio Grande do Sul. O Estado, atrás apenas de Minas Gerais e São Paulo, é o terceiro em número de unidades geradoras. Beneficiam-se não apenas usinas, mas uma grande quantidade de pessoas físicas e pequenos negócios, no campo e na cidade, que apostam na chamada geração distribuída, em que o próprio consumidor origina sua energia e, em períodos de menor demanda, fornece o excedente para a rede, obtendo créditos que podem ser abatidos da conta. A energia elétrica é um dos principais custos para vários tipos de indústrias e um gargalo em propriedades rurais que gostariam de investir mais em irrigação, por exemplo. Com a instalação dos painéis solares, fábricas, agropecuaristas, donos de pequenos comércios, estabelecimentos de serviços e mesmo consumidores residenciais têm a oportunidade de economizar ao longo do tempo, enquanto contribuem para o ambiente. Um negócio que, sem dúvida, merece e precisa ser incentivado.
O Brasil tem grande parte de sua matriz energética nas hidrelétricas, mas tanto a energia eólica quanto a solar avançam rapidamente. No caso da solar fotovoltaica, já são mais de 3 mil megawatts (MW), mais do que o dobro do final de 2017, mas ainda menos de 2% da capacidade de geração do país. Parece pouco, mas é preciso ter em perspectiva que era praticamente inexistente no alvorecer da década. As fontes verdes têm ainda enorme potencial para incentivar o desenvolvimento de inovação e tecnologia. Não por acaso, a União Europeia, ao aprovar nos últimos dias um pacote de incentivo de 750 bilhões de euros para recuperar sua economia no pós-pandemia, apontou energias renováveis e tecnologia como prioridades. É um caminho natural a ser seguido pelo país.