Iniciativas do Alto Tietê que utilizam energia solar registram economia na conta de luz

05/05/22 | São Paulo

Reportagem publicada pelo G1

Igreja de Santa Isabel e empresas de Mogi das Cruzes já utilizam a energia produzida a partir do sol para economizar nos gastos mensais. Novo marco legal de geração própria de energia dará benefícios a quem optar por esta fonte energética.

O sol é a matéria-prima para quem está pensando em economizar energia elétrica ou até lucrar com isso. A partir de 2023, quem optar pela geração da energia solar terá benefícios, de acordo com a lei que criou o Marco Legal da Geração Própria de Energia.

Encontro de luzes que geram energia e reforçam a fé. As placas solares colocadas no teto de uma igreja, em Santa Isabel, chamam a atenção.

“Há uns 10 anos, eu queria instalar a energia solar aqui, por dois motivos: economia e com a colaboração. Por exemplo, a energia solar é uma energia limpa. E a conta de luz a cada dia está aumentando. Quando eu percebi que não tem como pagar, como honrar o compromisso, decidi instalar a energia solar aqui. Inclusive, o papa Francisco, há dois anos, ele pediu para cuidarmos desse universo. Ele falou assim: ‘vamos louvar o nosso Deus por esse planeta que Deus criou para nós'”, explica o padre Jayme Matheus.

A paróquia é uma das poucas igrejas com iluminação solar. Ao todo, são 64 placas. Um investimento, segundo o padre, de cerca de R$ 250 mil.

Para pagar o investimento, o padre conta com a ajuda de alguns fiéis que, voluntariamente, pagam R$ 20 por mês. Um gasto alto que em pouco tempo já está retornando para a igreja.

Para manter ligadas as câmeras de monitoramento, luzes, ventiladores e ar condicionado, a paróquia pagava, por mês, cerca de R$ 2 mil pela energia elétrica consumida. Uma conta que atualmente não passa de R$ 1,4 mil.

“No curto prazo, uns 70% ou mais da conta de luz caiu. Ao mesmo tempo, temos o investimento. Quando terminar de pagar, ainda tem mais 20 anos para usufruir, pois as placas têm 25 anos de garantia. Então, a longo prazo, nós vamos usufruir nas próximas gerações”.

Para especialistas, além dos constantes aumentos na conta de energia elétrica, o que também incentiva o investimento em energia solar, limpa e mais barata, é o marco regulatório que saiu no início deste ano e substitui a resolução 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que regulamenta o setor.

“Essa lei ela trouxe para o mercado uma segurança jurídica que, para quem vai adquirir o sistema, ele vai se sentir muito mais seguro comprando isso, porque é um investimento que não é baixo. E como a gente ficava dependendo de resoluções da Aneel, a gente não sabia o que ia acontecer. Agora não, agora é uma lei. Então, fica bom para todo o setor”, comenta o engenheiro eletricista Carlos José Piereti Rodrigues.

Glauco Santos, diretor de uma outra empresa em Mogi das Cruzes diz que desde janeiro tem aumentado bastante a procura por esses equipamentos. a empresa, que fica em César de Souza também produz a própria energia.

Ele explica que o que eles produzem a mais é enviado para a concessionária e, durante a noite, quando não tem geração de energia a concessionária devolve para empresa em forma de créditos.

Por dia, eles produzem cerca de 6,5 mil quilowatts (kwh) e usam 100% do que é gerado. Pela própria experiência, o diretor diz que essa pode ser uma boa oportunidade para quem quer investir ou ter um projeto sustentável.

“A lei foi promulgada agora em janeiro de 2022, mas existe um período de transição previsto na lei de 12 meses. Então, as regras que estavam vigentes até janeiro deste ano continuam no período de 12 meses para os projetos já instalados e também para os projetos que forem solicitados o acesso durante esse período de 12 meses. Para frente existem condições que determinam como vai ser essa questão de consumo e compensação e ela é válida a partir de 2023”.