01/02/22 | São Paulo
Reportagem publicada no site Brasil Energia
BNEF também prevê queda de 11% a 15% no preço do módulo fotovoltaico para 23-24 centavos de dólar por Watt no segundo semestre
A BloombergNEF (BNEF) prevê que 2022 será o primeiro ano em que mais de 200 GW de energia solar fotovoltaica serão instalados no mundo, ou, mais precisamente, 228 GW. A empresa de pesquisa considera que a maior ameaça a essa previsão é que ainda não é impossível que 2021 tenha sido realmente o primeiro ano de 200 GW. “Os preços não teriam permanecido tão altos como ficaram no quarto trimestre do ano passado se os módulos solares não estivessem indo a algum lugar”, afirmou em comunicado.
A produção de polissilício, combinada com a forte demanda, elevou os preços dos módulos solares em até 27,8 centavos de dólar americano por Watt em 2021 para módulos monofaciais de silício monocristalino padrão usando células de 166 mm. A BNEF espera crescimento de 39% na produção de polissilício em 2022, com fornecimento total suficiente para produzir quase 300 GW de produtos solares de silício, graças ao aumento da capacidade e ao desgargalamento da fabricação.
Isso deve aliviar a crise de oferta. O preço do silício já caiu de US$ 37/kg em outubro para US$ 32/kg no último mês de 2021. A expectativa é que caia ainda mais para US$ 20-25/kg no segundo semestre de 2022. A eficiência aprimorada e módulos feitos de wafers maiores com comprimento lateral de 182 mm e 210 mm tornando-se um produto convencional devem permitir uma redução de 1 centavo de dólar por W nos preços dos módulos. Portanto, a companhia espera uma queda de 11-15% no preço do módulo para 23-24 centavos de dólar por W no segundo semestre de 2022.
Outra previsão é que a capacidade instalada de geração centralizada solar fotovoltaica combinada com armazenamento de energia dobre neste ano. Atualmente, o banco de dados da BloombergNEF rastreia 278 usinas fotovoltaicas e de armazenamento totalmente comissionadas, com capacidade fotovoltaica total de 12,5 GW e capacidade de bateria de 2,7 GW / 7,7 GWh.
Os maiores mercados este ano devem ser a China e os Estados Unidos. Este último já é considerado um mercado de energia solar e armazenamento bem estabelecido. Na China, 20 províncias agora exigem ou incentivam novas construções de renováveis ????para combinar com o armazenamento de energia.
Além disso, a empresa avalia que os leilões de energia solar se tornarão mais complicados e geralmente envolvem armazenamento. Em 2021, Índia, África do Sul e Chile realizaram leilões solares onde diferentes tecnologias competiram para lidar com o fornecimento intermitente.
Na África do Sul, o leilão era para energia de emergência e esperava-se que levasse principalmente à construção de usinas de petróleo e gás, mas concedeu 1.687 MW de energia solar fotovoltaica, cerca de 160 MW de eólica e 640 MW de capacidade de bateria a serem construídas em 2022. Na Índia, o primeiro leilão de 2,5 GW de energias renováveis 24 horas por dia recebeu 11,8 GW em lances a um preço médio de US$ 42,55/MWh em outubro de 2021.
Os leilões no Chile concederam 2,3 TWh de contratos anuais para projetos solares e de armazenamento e eólica em setembro de 2021, a serem construídos até 2026. Israel também realiza licitações de energia solar e armazenamento. A previsão é que pelo menos mais cinco países realizem leilões complexos de energia solar e armazenamento em 2022.
