Leilão de reserva ainda é incerto

19/10/17 | São Paulo

Brasil Energia

A realização de leilões de reserva pode estar mais distante do que o mercado espera, a julgar pelos mais recentes sinais do MME ao divulgar a proposta de novo marco legal e dados da nova edição do Plano Decenal. Segundo o secretário de Planejamento e Desenvolvimento do MME, Eduardo Azevedo, o governo está fazendo contas para ver qual a real situação energética do país antes de decidir pela realização dos certames.

A ideia é “criar uma infraestrutura para ter leilão”. Azevedo afirmou que as distribuidoras devem apresentar as demandas para os próximos anos, a fim de decidir pela realização de leilões que vão do A-1 ao A-6. Ao mesmo tempo, o MME está revendo números sobre a segurança energética, parâmetro essencial para a realização dos leilões de reserva.

Em um talk show ocorrido no segundo dia do Brasil Solar Power, na última quinta-feira (6/7), com a participação do diretor-geral do ONS, Luiz Eduardo Barata, do presidente do conselho de administração da CCEE , Rui Altieri, do presidente da EPE, Luiz Augusto Barroso, e do presidente-executivo da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, e moderado pelo jornalista Rodrigo Ferreira, diretor-presidente do Grupo Canal Energia, Azevedo afirmou que a energia de reserva foi criada com o objetivo de cobrir a diferença entre a garantia física e o lastro do sistema, mas que “segurança energética é diferente, é mais do que isso”.

O secretário prossegue afirmando que a realização de um leilão de reserva este ano só acontecerá após ter demonstração técnica, baseada em números, que balizem a decisão em favor do certame, “não de forma discricionária”. A afirmação ocorre num momento em que as distribuidoras estão sobrecontratadas e a economia num ritmo que situa-se entre a estagnação e a recuperação tímida.