Meio rural responde por 13% da potência instalada de energia solar no Brasil

29/06/21 | São Paulo

Reportagem publicada no Globo Rural

De acordo com a Absolar, uso da fonte renovável no país, de um modo geral, está crescendo, mas ainda está atrasado

Os consumidores do meio rural respondem por 13,2% da potência instalada de energia solar no país, atrás apenas dos consumidores residenciais (40,7%) e comércio e serviços (36,6%). Em número de estruturas instaladas, o campo responde por 7% do total, também atrás de consumidores residenciais (75,2%) e empresas de comércio e serviços (15,2%). A informação é da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).

Projeto de energia solar na Fazenda Rincão, Nova Mutum (MT) (Foto: Valdinei Rodrigues de Brito)

De acordo com a entidade, que divulgou números sobre a utilização dessa fonte de energia, o Brasil possui atualmente 518 mil sistemas solares fotovoltaicos instalados em residências, estabelecimentos comerciais, unidades industriais e propriedades rurais. A capacidade total instalada atingiu 6 gigawatts (GW) de potência, marca considerada histórica.

Ainda segundo a ABSOLAR, os investimentos em energia solar fotovoltaica no Brasil somam R$ 30,6 bilhões desde 2012. A tecnologia está presente, atualmente, em 5,3 mil municípios do Brasil, com destaque para Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Paraná.

Apesar de ressaltar a marca histórica e o avanço do uso da tecnologia fotovoltaica, a Associação, pontua, em seu comunicado, que a geração própria de energia solar no Brasil ainda está atrasada. Dos mais de 87 milhões de consumidores de energia elétrica no país, menos de 0,7% fazem o uso dessa fonte de energia.

A entidade manifesta seu apoio à aprovação do Projeto de Lei 5829/2019, que trata da geração própria de energia e visa trazer mais segurança jurídica para a chamada Geração Distribuída. Na visão da ABSOLAR, o projeto tende a fortalecer a diversificação da matriz energética brasileira e a segurança de suprimento em momentos de crise hídrica.

O CEO da entidade, Rodrigo Sauaia, calcula que a aprovação do projeto abre espaço para investimentos da ordem de R$ 139 bilhões em energia no Brasil até o ano de 2050. No comunicado, ele ressalta ainda que tende a ocorrer uma redução de custos relacionados ao uso de usinas termelétricas no país.

Os benefícios aos consumidores proporcionados pela modalidade representarão mais de R$ 150 bilhões somente com a redução de custos no uso de termelétricas fósseis neste mesmo período. Também serão proporcionados mais de R$ 23 bilhões de economia em perdas elétricas na transmissão, distribuição e geração da energia elétrica em usinas de grande porte, distantes dos locais de consumo. A soma destes dois fatores representará uma redução de custos de mais de R$ 173 bilhões aos consumidores brasileiros até 2050”, ressalta Sauaia, na nota.