Mercado livre cresce 22% e alcança marca de 8.247 consumidores

19/10/20 | São Paulo

Reportagem publicada no Canal Solar 

Segundo dados da CCEE (Câmera de Comercialização de Energia Elétrica), o volume de consumidores que negociam energia no mercado livre cresceu 22% em setembro na comparação com o mesmo período do ano passado.

Ao final do mês, o ACL (Ambiente de Contratação Livre) contava com 8.247 agentes das classes de consumo, frente a 6.759 em 2019. A média mensal de adesões de 2020 continua sendo a maior desde o recorde registrado em 2016. São 150 novas migrações do mercado regulado todos os meses.

De acordo com Bernardo Marangon, especialista em mercados de energia elétrica e diretor da Exata Energia, a solar vem atraindo cada vez mais a atenção de consumidores livres e especiais que negociam no ACL.

"A Exata tem presença também no mercado livre e o que estamos vendo é uma escalada pelo interesse dos consumidores em projetos de energia fotovoltaica. Atendemos geradores e consumidores que gostariam de gerar sua própria energia, e o número de estudos e diagnósticos que temos feito aumentou consideravelmente. Acreditamos que este tipo de projeto fará cada vez mais sentido, dado que a tendência de queda do valor do investimento deve continuar", explicou Marangon.

Para a CCEE, o resultado é reflexo principalmente do crescimento de 23,8% no número de consumidores especiais. O volume de consumidores livres, por sua vez, cresceu cerca de 10,2%. Os cálculos já descontam os agentes desligados no período.

Somente em setembro, o número de processos em andamento para adesão ao mercado livre cresceu 44% na comparação com período homólogo. No mês, foram registrados 1.049 processos de migração, sendo a maior parte de consumidores especiais.

A CCEE informou ainda que o volume de unidades consumidoras cresceu junto com o número de agentes atuando no ACL. O mês passado se encerrou com 19.733 cargas com contratos no mercado livre, um aumento de 31,2% em relação a setembro de 2019.

Pedro Dante, advogado especialista do setor de energia do escritório Demarest, também ressaltou que fechar um contrato no ACL está sendo muito atrativo para os consumidores.

"Essa oportunidade no mercado livre vem com o impacto no preço da tarifa. Como tivemos uma redução na demanda, está sobrando energia pela retratação da indústria por conta da Covid-19. Quando o consumidor vai para o ACL, ele tem uma previsibilidade. Portanto, a realidade econômica está impulsionando as empresas a procurarem parceiros no mercado livre", disse Dante.

“A redução na demanda faz com que o preço caia. Então, faz sentido essa migração. Você tem uma parte burocrática, mas pode ser que você tenha um investimento pequeno na adequação da conexão. Obviamente, o sinal econômico acaba impulsionando as ações e temos visto um crescimento nesse movimento”, acrescentou Marangon.