Micro e minigeração fotovoltaica carecem de investimento

01/02/18 | São Paulo

Revista Mineração & Sustentabilidade 

Somente em janeiro foram distribuídas mais de 20 mil conexões de geração distribuída (GD), conforme informações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O número mostra um crescimento, entretanto, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) ainda é preciso incentivar mais a micro e minigeração por meio da energia renovável.

O presidente executivo da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, comentou que, caso não se realizem ações de incentivo voltadas para o desenvolvimento da GD, a micro e minigeração irá continuar como uma pequena parcela na matriz elétrica brasileira.

Segundo a ABSOLAR, a fonte fotovoltaica representa 99,2% das adesões de GD no país demonstrando a importância do segmento. Atualmente, são 21.214 conexões, sendo que 21.049 são de fotovoltaicas de potência de 177 MW. O presidente executivo ainda considera os números brasileiros pequenos em relação a outros países. Em 2017 a previsão da Aneel era um baixo crescimento do GD no Brasil nos próximos anos.

Sauaia acredita que a continuidade da estabilidade regulatória e jurídica é um ponto para a manutenção do incremento da geração distribuída. Ele ressalta que alterações no conceito podem prejudicar as melhorias que o país alcançou e ainda deseja que a micro e minigeração sejam permitidas por lei e não apenas regulamentadas, como é atualmente.

O presidente da associação tem uma previsão otimista para este ano, devido a uma série de fatores circunstanciais, como a junção de mais estados ao convênio que isenta o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) da GD. Os estados que faltam para a união são Amazonas, Santa Catarina e Paraná.

Outro fato que Sauaia ressalta é a consolidação e incremento de linhas de crédito para pessoas físicas e jurídicas por meio dos bancos públicos. As participações estaduais e municipais ajudam as conexões a crescerem.

Se o preço do real for fortalecido é possível uma redução no custo do sistema fotovoltaico comercializado no Brasil. Outro motivo para disseminar a geração distribuída é o reajuste médio previsto por analistas em 10% nas tarifas deenergia. Ele destaca que, com isso, é natural o consumidor buscar reduzir o preço no consumo de energia.