Minas Gerais acumula aportes de R$ 9,7 bilhões em energia solar

05/08/22 | São Paulo

Reportagem publicada pelo Diário do Comércio Online

As atrações de investimentos de energia solar fotovoltaica já somam R$ 9,7 bilhões no Estado. O dado consta no novo mapeamento estadual apurado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). Em comparação com o restante do País, a energia solar vem surpreendendo positivamente, com um crescimento exponencial em todo o Estado, conforme aponta o coordenador estadual da entidade, Bruno Catta Preta.

Ele considera que Minas Gerais se torna uma locomotiva da energia solar no Brasil. A comparação é porque o Estado sozinho corresponde por 16,4% do total da energia solar no País. “Das 853 cidades mineiras, 99,9% já contam com energia solar. Falta apenas uma cidade para comemorarmos 100% dos municípios com a instalação de energia solar conectada à rede”.

Segundo o especialista, Minas Gerais se destaca na frente dos estados em todo o País por três fatores importantes. “Esses fatores são o alto índice de radiação solar na região, tarifas de energia elétrica elevadas e, por último, devido aos incentivos governamentais”. Este último fator, conforme detalha Catta Preta, ocorre devido à vocação sustentável do Estado, que liberou a criação de incentivos, simplificando a tributação.

“Minas não cobra ICMS da energia consumida, ou seja, produzida pelo próprio consumidor. Dado o peso do ICMS, isso ajuda demais tanto os consumidores comerciais, quanto os residenciais. Esse incentivo deu um empurrão necessário para o alcance da liderança nacional”.

A energia solar começou no Brasil em março de 2012, através da regulamentação 482. Dessa forma, existem mais de 16,4 GW operacionais, sendo 1,8 GW em Minas. Cerca de R$ 87,1 bilhões em investimentos, sendo aportados no Estado o volume de R$ 9,7 bilhões. Além disso, o setor gerou nacionalmente 482 mil novos empregos. Destes, 55,2 mil foram em cidades mineiras.

Nacionalmente, o setor registrou R$ 23,5 bilhões em arrecadação de tributos. Já em Minas as arrecadações somam em torno de R$ 1,9 bilhão aos cofres públicos. Por justificativa, os dados divulgados pela Absolar mostram que cerca de 222,3 mil mineiros contam com redução expressiva em suas contas de energia. Dentro do cenário, foi registrada a existência de 166,5 mil conexões operacionais.

Ranking das principais cidades geradoras

A Absolar fez um levantamento em que aponta os dez principais municípios geradores de energia solar fotovoltaica no Estado. A primeira é Uberlândia, no Triângulo Mineiro, com 90,3 MW de capacidade instalada. Na segunda posição está Belo Horizonte, na região Central, com 57,4 MW. Montes Claros, no Norte de Minas, segue em terceiro, com 39,5 MW.

Na sequência, aparece a cidade de Uberaba, no Triângulo Mineiro (38,1 MW). Depois, o município de Governador Valadares, na região do Rio Doce (32,8 MW). Ipatinga, também no Rio Doce, surge em sexto (25,2 MW), e Contagem, na Grande BH, em sétimo (23,9 MW). Na oitava posição, surge Divinópolis, no Centro-Oeste (23,6 MW). Em nono, Paracatu, na região Noroeste (21,1 MW), e em décimo lugar, Araguari, no Triângulo (20,2 MW).

“Notamos que, no ranking, temos representantes em todas as regiões do Estado. Isso prova que o mineiro gosta de energia solar, entende, assim como já faz o uso”, avalia Catta Preta”.

Hoje a energia solar na matriz energética brasileira é considerada a terceira fonte mais importante. Ela corresponde a 8,1% do total da produção. “Ainda a nossa matriz necessita bastante das hidrelétricas, que correspondem a 53,9% do total, seguidas pela energia eólica com 10,8%. Em breve, a energia solar será a fonte principal da matriz elétrica brasileira, a partir de 2050, segundo alguns estudos”, conclui.