Mundo prefere energia solar a combustíveis fósseis, mostra pesquisa

15/09/23 | São Paulo

Reportagem publicada na Veja

Sondagem reforça estudos que mostram um apoio robusto às energias renováveis na Europa e nos Estados Unidos

Mais da metade da população é extremamente a favor da energia solar, se mostrando a fonte de energia mais popular entre os entrevistados de uma sondagem global. Com 68% de aprovação, a energia solar teve cinco vezes mais de apoio público do que os combustíveis fósseis.

A pesquisa, realizada pela Glocalities em colaboração com os grupos de defesa Global Citizen e a Iniciativa do Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis, entrevistou 21 mil pessoas em 21 países entre janeiro e junho. Os países onde o estudo foi feito incluíram Austrália Brasil China Índia Itália México África do Sul Coreia do Su l, Turquia e Estados Unidos

A popularidade da energia solar foi seguida pela energia eólica (54%), hidroelétrica (35%) e nuclear (24%), com apenas 14% dos inquiridos dizendo que favorecem os combustíveis fósseis. A sondagem ainda reforçou outros estudos que mostram um apoio robusto às energias renováveis na Europa e nos Estados Unidos.

De maio a junho, o último censo da União Europeia revelou que 85% dos europeus apoiam o “investimento maciço” em energias renováveis, como a energia eólica e a solar. Outra pesquisa do Pew Research Center do início de 2022, que antecedeu um aumento global nos preços da energia após a guerra na Ucrânia, mostrou que 69% dos adultos norte-americanos também priorizam o desenvolvimento de fontes alternativas de energia.

O último censo da Glocalities concluiu que nos Estados Unidos a energia solar continua a fonte de energia mais favorecida, com 58%, enquanto os combustíveis fósseis foram apoiados por 24%, bem à frente da média global. Porém, de acordo com Michael Sheldrick, cofundador e diretor de política, impacto e assuntos governamentais da Global Citizen, os combustíveis fósseis, no entanto, ainda representaram 77% do consumo global de energia em 2022.

“Esta ‘lacuna de produção’ destaca um paradoxo preocupante: apesar do forte apoio público às energias renováveis, a produção de combustíveis fósseis continua predominante”, disse Sheldrick. “Independentemente da filiação demográfica ou política, democrata ou republicana, a energia solar emerge como a fonte de energia preferida do mundo…(o que) indica que existe um terreno comum onde as agendas políticas podem alinhar-se com as exigências claras dos cidadãos.”

O mais recente relatório da Revisão Estatística da Energia Mundial revelou que a procura global de energia aumentou 1% no ano passado e o crescimento recorde das energias renováveis não fez nada para mudar o domínio dos combustíveis fósseis. Somado a isso, os cientistas dizem que o mundo precisa de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em cerca de 43% até 2030, em relação aos níveis de 2019, para ter alguma esperança de cumprir os objetivos do Acordo de Paris.

As bolsas europeias e os futuros americanos negociam em alta na manhã desta sexta-feira, 15. Os investidores reagem a números de produção industrial e de varejo melhores que o esperado na China em agosto. No Brasil, o Ibovespa engatou sua quarta sessão consecutiva em alta em uma semana marcada pelos números de inflação no Brasil e nos Estados Unidos. Na próxima semana, será a vez dos bancos centrais se reunirem para discutir as políticas monetárias de ambas economias. Diego Gimenes entrevista Ricardo Campos, CEO da Reach Capital.