Na Austrália, mochilas movidas a energia solar são usadas para salvar ave endêmica ameaçada de extinção; entenda

18/09/22 | São Paulo

Reportagem publicada pelo Um só Planeta

E se eu te contar que na Austrália pequenas mochilas movidas a energia solar estão sendo usadas como ferramenta experimental para salvar uma espécie criticamente ameaçada? A ideia faz parte de um plano conjunto de preservação da ave Plains-wanderer (em inglês) da espécie endêmica Pedionomus torquatus – são pequenos pássaros que vivem no semi-árido do noroeste de Victoria e da região sudoeste de Nova Gales do Sul (NSW), em Riverina.

Em um projeto de conservação, 15 aves foram soltas no parque nacional Oolambeyan, na região de Riverina, mas os pesquisadores iriam ter que encarar o desafio de como monitorar os animais com eficiência. É aí que entra a mochila solar: por conta da produção de energia, ela tem uma vida útil de dois anos e permite que as aves sejam rastreadas por satélite por mais tempo. Antes, esse monitoramento era limitado por uma bateria de 12 semanas, o que dificultava o trabalho das equipes.

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Em entrevista ao The Guardian, o ministro do Meio Ambiente de Nova Gales do Sul, James Griffin, disse que rastrear seus movimentos após a liberação foi “o culminar do trabalho destinado a trazer a espécie de volta à beira do precipício” e ainda complementou: “Essas aves que usam mochilas solares estão abrindo caminho para coletarmos dados importantes, que nos ajudarão a melhorar nossos esforços de conservação para populações selvagens no futuro”.

O plano colaboativo faz parte de um programa de 10 anos e envolve um investimento de US$ 175 milhões dos governos de Nova Gales, Victoria e sul da Austrália. Essa é a segunda soltura no local– a primeira foi em março deste ano, com 10 aves.

Por lá, as estimativas recentes sugerem que existem entre 500 a mil Plains-wanderer na natureza. Desde 2015, o governo australiano classicou a espécie como ameaçada de extinção. Apesar de um dia já terem sido encontradas no leste do país, seus números diminuíram drasticamente na última década. Atualmente, grande parte de seu habitat é encontrado em terras privadas. No entanto, suas necessidades de habitat são muito particulares e muitas vezes não conseguem sobreviver.