Nada de economia

19/10/17 | São Paulo

O Estado CE

A população brasileira deixou de economizar, em pouco mais de quatro anos, mais de R$ 2 bilhões na conta de energia devido à não inclusão da energia solar fovoltaica na matriz elétrica nacional. O levantamento, feito pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica aponta, ainda, que a maior parte dessa economia seria sentida pelos nordestinos, que nos últimos anos dependem bastante das usinas termelétricas – mais caras e poluentes – para atender à demanda. O estudo toma como base o período entre janeiro de 2013 e maio de 2017. “O Governo fez os primeiros leilões de energia solar apenas em 2014 e os primeiros parques estão entrando em operação neste ano. Se esses parques tivessem começado a operar em 2013, a economia seria grande, porque o modal ajudaria a diminuir os custos com as termelétricas”, explica Rodrigo Sauaia, presidente da ABSOLAR. Segundo ele, as estimativas de economia chegam até a R$ 8 bilhões.

Ele diz que o Nordeste seria mais beneficiado porque a região é a que mais sofre com a queda do nível nos reservatórios das usinas hidrelétricas e, consequentemente, faz muito uso das usinas termelétricas, movidas a óleo diesel. “O Brasil acabou de acionar o patamar dois da bandeira tarifária vermelha. As termelétricas mais caras estão em funcionamento para atender ao Nordeste e outras regiões do País”. Iniciado em outubro, o patamar dois acrescenta R$ 3,50 a cada 100 quilowatts-hora (kWh). Foi a primeira vez que o patamar foi acionado desde que a bandeira vermelha passou a contar com duas graduações. Para gerar a economia, seria necessário que, entre 2013 e 2017, fossem produzidos 4 Gigawatts de potência.

O presidente explica que até o fim do ano a expectativa é de que os projetos de energia solar fotovoltaica somem 1 Gigawatt. “Se os projetos tivessem iniciado em 2013, num volume (de contratação do modal) recomendado pelo setor, que é de 2 gigawatts por ano, nós já teríamos ultrapassado os 4 Gigawatts e a economia seria maior”, diz. Além do benefício econômico, o estudo da ABSOLAR aponta que haveria também ganhos para o meio ambiente. O levantamento aponta que entre 15,4 e 17,9 milhões de toneladas de dióxido de carbono deixariam de ser lançados na atmosfera. O quantitativo é equivalente ao reflorestamento de uma área maior que a cidade de Belo Horizonte.

Bebidas
Terceiro maior exportador de bebidas do Brasil, atrás apenas de São Paulo e Paraná, o Ceará registra alta de 13,1% no acumulado do ano em relação ao mesmo período de 2016, somando um volume de US$ 58,4 milhões em vendas externas. Já as importações somaram US$ 8,1 milhões, 2,5% a mais ante igual período do ano passado. O resultado foi um saldo positivo da balança comercial de US$ 50,2 milhões – um incremento de 15% se comparado ao mesmo período de 2016. Os dados fazem parte do Miniestudo Setorial de Bebidas realizado mensalmente pelo Centro Internacional de Negócios da FIEC. O estudo revela também que embora os números mostrem aumento das exportações, a participação do setor de bebidas no acumulado do ano na balança comercial do Ceará caiu de 6,24% para 3,98%. A representatividade das importações, por sua vez, subiu de 0,25% para 0,47%.

Burocrático
Uma pesquisa feita pela Federação das Indústrias de São Paulo mostrou que a maioria da população (84%) considera o Brasil um país burocrático. Já os que consideram o país pouco burocrático somaram 9% do total. De acordo com o levantamento, 75% das pessoas acreditam que o excesso de burocracia pode ser prejudicial e um mecanismo de estímulo à corrupção. Outros 78% consideram que os entraves dificultam o desenvolvimento do país e 77% a compra de bens.

Excesso
Para 83,2% das 452 empresas participantes da pesquisa, o alto custo Brasil já foi impeditivo para o início ou a expansão de seus negócios. Para 90,2%, o excesso de burocracia dá espaço para a corrupção e para 94,7%, dificulta o desenvolvimento econômico e o ambiente de negócios no Brasil. Aqueles que consideram que a burocracia tem impacto na competitividade das empresas são 91,4%. Para 71,5%, o Governo não tem sido capaz de implementar políticas de desburocratização e 52,4% acham que não há espaço para manifestação quando há mudanças importantes nas leis e políticas que afetam o setor privado. Por isso, 75,3% consideram que as federações e associações empresariais são importantes para melhorar a relação entre a burocracia estatal e o setor privado.

Concentração
Os quatro maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) detêm 78% do mercado de crédito no Brasil. Segundo o Relatório de Estabilidade Financeira, divulgado semestralmente pelo Banco Central, a parcela era de 54% em 2007. Segundo o diretor de Fiscalização do Banco Central, Paulo Souza, o cenário de concentração do mercado destas instituições financeiras decorre da recessão econômica que o país vivenciou. “A questão da concentração não é um evento que impacta só o mercado financeiro brasileiro, é um movimento com tendência internacional”.