Nos EUA, mercado de energia solar ganha fôlego na administração Biden

15/06/21 | São Paulo

Reportagem publicada no Canal Solar

Presidente anunciou recentemente plano de reduzir a emissão de carbono e maior investimento em energias renováveis

MIAMI, FLÓRIDA. Desde que assumiu a presidência em janeiro deste ano, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tem tomado iniciativas que mostram seu compromisso em investir em uma economia verde com foco em energias renováveis e redução da emissão de gases poluentes.

Uma das primeiras iniciativas do presidente democrata foi colocar os Estados Unidos de volta no Acordo do Clima.

O seu antecessor, Donald Trump, havia retirado os Estados Unidos do tratado assinado por quase 200 países para reduzir a emissão de carbono.

Biden anunciou uma meta de corte de emissões de gases em 50% até 2030. Para alcançar a meta, ele precisa investir no desenvolvimento de energias renováveis, como a energia solar por exemplo.

Segundo especialistas do setor, para que essa meta seja atingida, é necessário quadruplicar o número atual de trabalhadores da indústria de energia solar, que hoje é de 250 mil.

“Temos agora a oportunidade de quadruplicar nossa força de trabalho, diversificando e expandindo a energia solar para comunidades carentes. É um impulso importante para que empresas do setor se fortaleçam”, afirma Abigail Hopper, CEO da empresa Solar Energy Industries Association.

Apesar do custo de instalação do sistema de captação de energia solar ter caído nos últimos anos nos Estados Unidos, o investimento ainda é muito alto.

“Os custos caíram drasticamente, mas as barreiras impostas pelo mercado e os desafios para integração da rede de energia ainda são empecilhos para a expansão do setor nos Estados Unidos”, informa o governo.

Em março deste ano, a administração Biden estabeleceu uma meta de reduzir o custo da instalação de energia solar em até 60% até 2035.

Para isso, o governo vai investir $128 milhões em tecnologia para uso de células solares fotovoltaicas à base de perovskita, em vez de silicone como hoje é amplamente usado no mercado americano.

De acordo com o Departamento de Energia do governo, entre 2008 e 2021, o país aumentou em 97,2 GW a geração de energia solar, o suficiente para abastecer 18 milhões de lares americanos.

Apesar desse avanço, hoje apenas 3% das casas têm energia solar. A expectativa do governo é que, até 2030, uma em cada sete casas tenham placas para captação de energia solar em seus telhados.

A Califórnia é o Estado que mais utiliza esse tipo de energia. Em 2020, mais de 22.7% da energia gerada no estado da Costa Oeste americana é proveniente da energia solar.