OAB-SP inicia processo de ‘transição energética’

13/03/23 | São Paulo

Reportagem publicada em O Globo

Entidade inaugura a primeira de 15 micro usinas fotovoltaicas que irão abastecer suas mais de 500 unidades no estado

A seção São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) inaugurou a primeira de suas 15 micro usinas solar que vão abastecer as mais de 500 unidades que possui em todo o estado. Instalada na colônia de férias da entidade em Três Fronteiras, cidade próxima à divisa com Mato Grosso do Sul, terá uma geração média mensal de 14.740 quilowatt-hora por mês (kWh) por mês, ou quase 177 MWh por ano, e proporcionará uma redução de 95 toneladas nas emissões anuais de CO2.

O número foi calculado, segundo a OAB, com base nos dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que considera ser 0,5317 kg a emissão de CO2 por kWh.

Além da busca por ganhos ambientais, a medida também trará economia para a entidade.

– Almejamos uma redução de 80% no gasto com energia elétrica – afirma Alexandre de Sá Domingues, diretor-tesoureiro da OAB-SP.

Os efeitos da mudança climática pelo mundo

Somente no ano de 2022, a entidade gastou R$ 3,2 milhões em eletricidade em suas unidades, mas com o projeto haverá redução de R$ 2,25 milhões por ano nesse custo.

O projeto da OAB prevê a contratação de apenas uma empresa para implantar as usinas em cada uma das áreas das cinco concessionárias que atuam em São Paulo. A usina de Três Fronteiras vai cobrir 40% do consumo das unidades instaladas na área de atuação da Elektro.

– Vamos construir mais duas ou três para atender a 100% da necessidade de consumo da entidade na área da Elektro – diz Domingues.

Até o meio do ano, de acordo com ele, serão lançados os editais para escolher as companhias que vão desenvolver e instalar as usinas nas áreas da CPFL, EDP, Enel e Energisa. O objetivo é que todo o processo de transição energética da entidade esteja concluído até o final de 2024, quando também se encerra o mandato da atual diretoria.

A estimativa de investimento, feito com recursos próprios, é da ordem de R$ 12 milhões e o retorno deverá ocorrer em até cinco anos. Segundo o executivo, os painéis solares serão colocados em áreas das sub-sedes instaladas em imóveis próprios.

Lembrando que a OAB-SP participa da agenda 2030 do Pacto Global da ONU, Domingues afirma que a microgeração fotovoltaica é consequência do compromisso da entidade com questões ambientais e sociais.

– É uma medida para que a entidade não fique apenas no discurso, mas dê exemplo com a prática – afirma.

Ele espera que a iniciativa incentive empresas e instituições a também adotarem ações de sustentabilidade.