Payback de energia solar cai mesmo com as novas regras da 14.300

20/09/23 | São Paulo

Reportagem publicada no Canal Solar

Tempo de retorno do investimento é um importante indicador sobre a competitividade dos sistemas fotovoltaicos no Brasil

Diferente do que se esperava, o tempo de retorno do investimento (payback) dos sistemas fotovoltaicos no país caiu mesmo depois da entrada das novas regras da geração distribuída (Lei 14.300/22).

O principal fator que contribuiu para esse resultado foi a redução do preço dos equipamentos, que caíram 17% no primeiro semestre de 2023 na comparação com igual período do ano passado.

A conclusão consta no Estudo Estratégico de Geração Distribuída, elaborado pela Greener, empresa de inteligência de mercado especializada no setor.

O tempo de retorno do investimento é um importante indicador sobre a competitividade dos sistemas fotovoltaicos no Brasil. Quanto menor o prazo, mais atrativo é investir na produção própria de energia.

“A gente teve uma melhora nas condições do payback e isso aconteceu em quase todos os estados”, disse o CEO da Greener, Márcio Takada, durante o evento de apresentação do estudo em São Paulo, nesta quarta-feira (20).

Para chegar a essa conclusão, a Greener analisou dois cenários, estabelecendo uma comparação entre o payback da GD 1 (antes da entrada em vigor da lei 14.300) e GD 2 (depois da lei). A GD 1 são os sistemas que tiveram o Parecer de Acesso antes de 7 de janeiro de 2023 e a GD 2, após essa data.

No caso base dos sistemas residenciais (4 kWp), houve uma redução de 15% de payback nas condições do cenário GD 2. Um sistema residencial em São Paulo, por exemplo, que antes tinha um payback de 4,7 anos, caiu para 4 anos no cenário GD 2 em 2023.

No caso de um sistema comercial (50 kWp), houve redução de 20% no payback no cenário GD 2 comparando com a GD 1. Em Minas Gerais, por exemplo, o retorno do investimento de um sistema comercial caiu de 3,6 anos para 2,7 anos.

O mesmo aconteceu com os sistemas industriais (300 kWp), cujo payback caiu 13% no cenário pós 14.300/22. Um sistema na Bahia passou de 6,2 anos para 5,4 anos de prazo de retorno.