Pesquisadores investigam como melhorar eficiência na geração solar

13/11/20 | São Paulo

Reportagem publicada no Canal Solar 

Um grupo de cientistas da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) está desenvolvendo um projeto que investiga como melhorar a eficiência da conversão da energia solar em elétrica sem aumentar os custos para o cliente.

Segundo o professor Sandro Márcio Lima, coordenador do Pronex (Programa de Apoio aos Núcleos de Excelência), a maioria dos painéis solares disponíveis no mercado fotovoltaico global funcionam com até 20% da capacidade, por isso, a necessidade de buscar alternativas que aumentem a eficácia do recurso.

“Quando há o aumento da eficiência, o custo também é elevado. Por exemplo, já trocaram alguns materiais, fizeram vários dispositivos semicondutores para tentar melhorar e quando conseguem 1% ou 2% de melhorias, elevam o custo em 3 vezes. Nossa pesquisa dentro do Pronex é justamente tentar melhorar essa efetividade da energia fotovoltaica desenvolvendo materiais inorgânicos, como vidros e cristais, que possam ter condições de absorver a luz solar eficientemente e converter para que o semicondutor tire maior proveito disso”, destacou Lima.

"É luz solar que entra no material e o material gera luz também, em outra frequência. Precisamos ter um produto que a absorva e converta para o infravermelho, que é aonde os semicondutores trabalham mais eficientes. Então, nós tentamos desenvolver e caracterizar esses materiais dentro do nosso Pronex. Já investigamos cinco e estamos trabalhando para a nossa primeira patente, para essa finalidade", acrescentou.

Módulos nacionais

Para Lima, a energia solar segue crescendo no Brasil, no entanto, muitos dos módulos fotovoltaicos usados nos projetos no território brasileiro são importados.

“Os painéis poderiam ter uma eficiência ainda maior se fossem planejadas de acordo com as especificidades nacionais. As testagens pelas quais os painéis passam para ver a eficiência de aproveitamento são de lugares com radiação solar muito diferente da nossa região. A maioria, por exemplo, é da Alemanha, onde não há a insolação que temos aqui”.

“No Brasil, nós temos condições de aproveitar melhor essa tecnologia, porém, não aproveitamos mais do 20% da energia solar para gerar energia elétrica. Tem esse gargalo e ainda não melhoramos a eficiência. Isso é no mundo, não é apenas no Brasil que não conseguimos. Desde a década de 70 que se tenta aprimorar esse dispositivo para melhor converter essa energia fotovoltaica em elétrica e não consegue”, concluiu.

Fonte: Semagro