Políticas públicas em energias renováveis e redução da poluição marcam abertura do Sustentar 2017

10/11/17 | São Paulo

Agência ALESC

Investidores, pesquisadores, engenheiros, universitários e integrantes de cooperativas e organizações não-governamentais prestigiaram a abertura na noite desta quarta-feira (8) do 6º Fórum de Energias Renováveis, Consumo Responsável e Cidades Inteligentes – Sustentar 2017. O deputado Dirceu Dresch (PT) é o idealizador do evento desde as primeiras edições.

José Silva, da Confederação Cresol, lembrou que a agricultura familiar, responsável por 85% dos 460 mil associados da cooperativa, a maior parte nos três estados do sul, tem a energia como um dos cinco maiores custos na produção. “Queremos continuar colaborando para a solução dos problemas ambientais e econômicos do produtor brasileiro.”

Dirceu Dresch informou que SC passou de 100 para 1.200 iniciativas em energias renováveis e pregou a necessidade de políticas públicas para expansão do setor. “O projeto de lei de minha autoria, PL 198/15, trata de isenções fiscais para o fortalecimento das energias renováveis, fruto de colaboração com universidades e escolas técnicas do Estado.”

Mauro Passos, presidente do Instituto Ideal, alertou que no Brasil os rios estão secando e o desmatamento crescendo. “Como um país com PIB negativo apresenta crescimento nas emissões de CO2?”, questionou. Períodos de seca mais intensos formam um quadro que exige a diversificação da matriz energética, segundo Rodrigo Sauaia, presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).

Mudar consciências

A deputada Luciane Carminatti (PT) desafiou os participantes a incluir no próximo Sustentar a educação como forma de mudar as consciências. “A privatização do sistema elétrico é uma realidade e isso vai encarecer ainda mais aenergia. Hoje a escola é arcaica e precisamos fazer com que a educação básica possa colaborar para a produção de mais energias limpas.”

Mobilidade sustentável

Gualter Crisostomo, do Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (Ceiia), de Portugal, palestrou com o tema “Cidades inteligentes conectadas com uso de energias alternativas renováveis.” Segundo o pesquisador, até 2030 haverá 50 mega cidades e 60% da população mundial viverá em centros urbanos, um grande desafio à mobilidade.

Ele dividiu a mobilidade sustentável em três eixos: integração, conectividade e sustentabilidade. “Na sustentabilidade temos que saber quanto poluimos na nossa mobilidade. Na conectividade aplicativos são fundamentais para diminuir o tempo de locomoção e o melhor meio para se locomover. Isso exige uma integração de serviços, de plataformas e de operadoras.”

Crisostomo ainda falou da proibição em cidades da Europa até 2025 de veículos de combustão, exemplo de mudanças nas políticas públicas de mobilidade. “O futuro nas cidades é a eletrificação e o uso de energias renováveis como a eólica e solar. Já há iniciativas de alterações legislativas para se utilizar painel solar nos veículos.”

Outras palestras e homenagem

Rodrigo Sauaia deu continuidade aos trabalhos com o tema “Papel da energia fotovoltaica para o Brasil e Santa Catarina”. Carlos Evangelista, presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), discorreu sobre “A importância da geração distribuída para o futuro energético brasileiro”, e foram homenageados os produtores de energia renovável e autogeração em Santa Catarina.