Preço alto impulsiona migração do consumo de energia elétrica em MT

10/08/21 | São Paulo

Reportagem publicada na Gazeta Digital

Preço alto da energia impulsiona migração do consumo para o mercado livre. Nesta modalidade, a demanda cresceu 17,6% este ano em Mato Grosso, ante uma variação de 14,6% em 2020, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Em julho, a carga destinada a atender empresas mato-grossenses que negociaram no ambiente livre atingiu 183,30 megawatts-médio (MWmed), sendo 22,9% superior àquela verificada em janeiro deste ano (149,09 MWmed).

Esse é um ambiente de negócios no qual empresas geradoras e consumidoras negociam livremente, com intermediação das comercializadoras, o fornecimento de energia elétrica, conforme regulamentação do setor elétrico.

De acordo com o presidente do Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso (Sindenergia), Eduardo Oliveira a necessidade de reduzir despesa e a possibilidade de economizar até 20% na conta de luz tem levado cada vez mais empresas a optarem por negociar o suprimento de energia no mercado livre. Com isso, aumenta a competitividade no mercado de distribuição de energia elétrica.

Oliveira explica que a contratação do fornecimento de energia no ambiente livre é permitida àqueles que consomem a partir de 500 quilowatts (kW) por mês. Por ser uma demanda alta, os pequenos consumidores não conseguem migrar do mercado cativo para o livre.

Para que mais consumidores possam comprar energia nesse ambiente de negociação, o ideal é regulamentar uma transição na carga mínima, com reduções periódicas. Vemos com bons olhos a abertura desse mercado, afirma Oliveira, lembrando que em Mato Grosso prevalece o mercado cativo, controlado pela concessionária Energisa Mato Grosso (EMT).

O consumidor livre pode comprar energia tanto da concessionária que atua no mercado cativo -que também é geradora – como comprar de geradores de fontes renováveis, como hidrelétricas, usinas fotovoltaicas e eólicas.

Em 2021, se destacam na compra de energia no mercado livre em Mato Grosso os segmentos de mineração, têxtil, veículos, transporte, serviços, manufatura, químico e de bebidas. Segundo o presidente do Sindenergia, o aumento da contratação de energia no mercado livre é um caminho sem volta. Quanto mais a tarifa encarece, mais empresas migrarão (do mercado cativo para o livre).

Jornal A Gazeta