20/08/21 | São Paulo
Reportagem publicada no Estadão
Sistema de painéis de células fotovoltaicas, que será colocado em 80 postos de saúde em um mês, deverá ser adotado também por escolas municipais e prédios de ensino da capital
Equipar pelo menos 775 escolas e prédios educacionais com painéis de energia solar para abastecimento de luz. O plano da Prefeitura de São Paulo para o setor da educação começa a sair do papel. O modelo é o do primeiro contrato do serviço de abastecimento de energia solar, que deve ser assinado em um mês, para fornecer luz a cerca de 80 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da capital.
O vencedor da licitação, Consórcio Sol da Saúde, para a instalação dos painéis no setor da Saúde deve ser publicado no Diário Oficial do Município (DOM) nesta sexta-feira, 20. A convocação é para assinar contrato de concessão por 25 anos em valor de R$171,4 mil ou R$ 2 milhões ao ano. A proposta vencedora, segundo a Prefeitura, “representou economia próxima a 40% do previsto inicialmente”.
Os painéis solares serão instalados em 80 UBSs, mas outras 92 poderão ser beneficiadas com o autoconsumo remoto, totalizando 172 unidades. No primeiro ano, haverá produção de cerca de 5,5 GWh por meio da implementação de 3,45 MW de potência instalada, informou a Prefeitura.
Na rede de ensino, o prazo de vistas técnicas para interessados em participar do planejamento de ampliação do sistema nas escolas já foi encerrado. O aviso para esta fase do serviço, publicado no início de julho, prevê um prazo de 120 dias para o recebimento de propostas de estudos para instalação de equipamentos de geração e gestão de energia de solar no Programa Energia Limpa da capital paulistana.
De acordo com a Prefeitura, os estudos recebidos neste semestre a partir do “Chamamento Público de Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI)”, publicado no Diário Oficial (14/07/2021), vão modelar a Parceria Público-Privada (PPP), cujo Edital deve sair no início de 2022.
A ideia é expandir o programa de painéis de captação de energia solar da Saúde como alternativa ambientalmente sustentável para prédios públicos de escolas e administração educacional. Pelo plano, o sistema deve abastecer as escolas e servir, igualmente e ao mesmo tempo, de incentivo ao ensino sobre preservação do meio ambiente, conservação dos recursos naturais, além de evitar a emissão de cerca de 160 mil toneladas de carbono e outros gases de efeito estufa.
De acordo com a Prefeitura, a licitação foi a mais disputada entre os projetos de Desestatização da Cidade de São Paulo com a participação de sete consórcios. No primeiro ano, haverá produção de cerca de 5,5 GWh por meio da implementação de 3,45 MW de potência instalada. O município espera um ganho ambiental evitando a emissão (anual) de pelo menos 24 mil toneladas de gases estufa, o mesmo emitido por 15 mil carros de passeio. Para compensar essa emissão, seria preciso plantar mais de 150 mil árvores, o que equivale a nove vezes o número de exemplares arbóreos existentes no Parque Ibirapuera, na zona sul paulistana.
A Prefeitura prevê ainda redução de custos de energia elétrica. Pelos cálculos, em 25 anos, a fatura de energia que custaria R$ 143 milhões passará para R$ 68,7 milhões (contraprestação + fatura de energia). A economia potencial é de 52% mensais, somando benefícios econômicos de aproximadamente R$ 36 milhões. Esse recurso poderá ser direcionado para outras áreas prioritárias, como saúde e educação, projeta a adiministração municipal paulistana.
Energia solar dobrou de tamanho no Brasil Foto: FELIPE RAU/ESTADAO
Energia solar dobrou de tamanho no Brasil (Foto: FELIPE RAU/ESTADAO)