19/06/23 | São Paulo
Reportagem publicada pelo Jornal do Comércio RS
Além do aproveitamento do potencial eólico para a produção do hidrogênio verde, o Rio Grande do Sul mira também a possibilidade de desenvolver uma cadeia desse combustível com a fonte solar. A coordenadora estadual da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), Mara Schwengber, ressalta que o Estado, assim como o País, tem vasto potencial para desenvolver nesta área.
A Absolar recentemente formalizou adesão à iniciativa internacional Hydrogen for Development Partnership (H4D), lançada na COP 27 e liderada pelo Banco Mundial. O grupo é uma nova iniciativa para ajudar a catalisar financiamentos para investimentos em hidrogênio produzido por fontes renováveis, tanto na esfera pública quanto no setor privado
Para o combustível ter o título de “verde” ele precisa ser produzido a partir de fontes renováveis e depois é possível aproveitá-lo para ações como armazenar e gerar energia por meio de células de combustível (em veículos de pequeno, médio e grande porte, como automóveis e caminhões), assim como pode servir como insumo para a produção siderúrgica, química, petroquímica, alimentícia e de bebidas e para o aquecimento de edificações. A partir do hidrogênio verde também é viável obter a amônia verde, aproveitada pela indústria de fertilizantes.
Mara admite que o custo para produzir o combustível ainda é elevado, mas a pauta da descarbonização é um fator que vai incentivar as ações ligadas a modelos energéticos mais sustentáveis. Segundo a integrante da Absolar, as oportunidades no Estado se apresentam tanto na geração distribuída (em que os consumidores produzem sua própria energia) solar, com complexos menores, como com usinas centralizadas, de maior porte.
A dirigente ressalta que, atualmente, a energia produzida nos sistemas fotovoltaicos é imediatamente consumida ou jogada na rede elétrica. Porém, ela enfatiza que, olhando para o cenário futuro, se vislumbra dois pontos importantes: o armazenamento de energia e a produção de hidrogênio verde. As duas coisas, de acordo com Mara, estão muito atreladas às próximas tendências relacionadas à energia solar. “Quando a gente fala em transição energética, não há mais como mencionar a energia solar sem tocar nesses dois temas”, conclui.