17/09/21 | São Paulo
Reportagem publicada no Canal Solar
O governo do Rio Grande do Norte assinou, nesta semana, um memorando de entendimento com a empresa potiguar IER (Internacional Energias Renováveis) para desenvolver um projeto que combinará energia eólica offshore com solar e hidrogênio verde.
De acordo com a governadora Fátima Bezerra, o objetivo do programa é impulsionar estas fontes de energia no estado que, inclusive, pode se tornar o primeiro do Brasil a ter produção eólica no mar.
Segundo Gibran Dantas, diretor-executivo do IER, o Complexo Eólico Offshore Ventos Potiguar, que está em fase avançada de licenciamento com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e outras agências reguladoras, prevê a instalação de 207 aerogeradores com capacidade total de 2,7 GW.
Para a construção do empreendimento, localizado entre os municípios de Pedra Grande e São Bento do Norte, serão investidos R$ 18 bilhões com geração de cerca de 5 mil empregos.
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Referente a usina de energia fotovoltaica que será instalada, Dantas afirmou que a mesma terá 1 GW de potência e será construída em terra. “Estamos ainda na parte de projetos e estudos. Todo o complexo tem uma previsão de uns dez anos”, apontou.
Atualmente, segundo dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), o Rio Grande do Norte está na 14ª colocação do ranking estadual de GD (geração distribuída) fotovoltaica com cerca de 145 MW de capacidade instalada.
Já em relação à planta de hidrogênio verde, ele destacou que ela vai consumir parte da eletricidade gerada na eólica offshore e na usina solar para ser, em sua maioria, exportada e atender a demanda mundial, principalmente o mercado europeu, “já que, geograficamente, somos o ponto mais próximo da Europa”, disse Dantas.
“O restante será ofertado para atrair aportes para a indústria local, dentro de um projeto com incentivos do governo do estado”, concluiu o executivo.
A governadora do Rio Grande do Norte relatou ainda que, desde o início do governo, foi definido um planejamento energético. “Isto vem apresentando resultados altamente positivos ao longo dos anos. Recentemente, fomos o estado que mais captou novos aportes no leilão para geração de energias renováveis. Agora, estamos dando passos firmes para consolidar o primeiro parque de produção de energia no mar do Brasil”, destacou.
“O RN está na vanguarda do processo de geração de eletricidade no país. Certamente, isso vai contribuir para ativar diversas cadeias produtivas e gerar trabalho, emprego e renda”, acrescentou Fátima.
Jaime Calado, secretário da Sedec (Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico), também comentou sobre o complexo e enfatizou que o empreendimento representa quase a metade dos atuais 5,7 GW que são gerados atualmente em renováveis.
“O planejamento energético feito no início da atual gestão vem se consolidando. O estado também contrata estudos para viabilizar empreendimentos, atraindo projetos e investimentos”, ressaltou Hugo Fonseca, coordenador de desenvolvimento energético da Sedec.
Imagem: Assecom/Governo do RN