Projeto piloto com placas solares leva energia para comunidades no AM

18/04/22 | São Paulo

Reportagem publicada pelo G1

Ainda esse ano, mais três comunidades ribeirinhas do Amazonas devem receber as placas solares

Cosma Cruz e a família dependem da lamparina e da vela para todas as atividades do dia a dia. Eles vivem na comunidade indígena Três Unidos, na Zona Rural de Manaus, que só tem energia elétrica por poucas horas.

“Geladeira, televisão, ventilador, né? Por onde eu morei eu nunca tive, porque não tem energia né?”, disse Cosma, que é cabeleireira.

A cabeleireira depende do gerador movido à diesel que fica na escola municipal.

“É a única energia que nos temos na comunidade com capacidade de puxar algum freezer, geladeira, máquina de lavar roupa, sem essa parceria da escola, a comunidade fica no escuro”, afirmou Raimundo Cruz da Silva, gestor da escola.

De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica, levantados até o fim de 2021, 350 mil famílias vivem sem energia no Brasil. A maioria está na região Norte do país.

Na comunidade Santa Helena do Inglês, um projeto piloto – desenvolvido por uma ong e uma empresa privada – busca driblar a falta de energia em áreas remotas.

Lá, o sistema possibilita simultaneamente o abastecimento com energia solar de toda a comunidade e também o armazenamento dessa energia.

São 54 baterias de lítio que são carregadas por parte dessas placas solares. Isso garante uma autonomia de até 24 horas na geração de energia, isso quer dizer que se ficar o dia inteiro nublado ou com chuva, as casas continuarão sendo abastecidas.

Desde a implatação do projeto piloto, Fernanda Albuquerque de Souza consegue até trabalhar vendendo picolé.

“A gente passava uma semana sem a luz direta, aí estragava nossas coisas tudo, agora não, quando chegou a solar agora dá para vender as coisas”.

Ainda esse ano, mais três comunidades ribeirinhas do Amazonas devem receber as placas solares, segundo Valcléia Solidade, superintendente de Desenvolvimento Sustentável de Comunidade da FAS.