Projetos solar fotovoltaicos já custam menos que os de hidrelétricas e termelétricas a biomassa

08/01/18 | São Paulo

JC Negócios

O Leilão de Energia de Reserva (LEN) A-4 realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) realizadona ultima segunda -feira abriu um novo cenário na produção de energia limpa no Brasil.

Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o resultado “aponta para um novo patamar de competitividade da fonte solar fotovoltaica” no país.

A negociação envolveu um deságio de 55,7% em relação ao preço inicial de R$ 329,00/MWh, atingindo um preço médio de venda de energia elétrica de R$ 145,68/MWh (equivalente a US$ 43,88/MWh).

Na avaliação de Rodrigo Sauaia, presidente da entidade, o processo é fruto da redução de preços dos equipamentos, recuperação da moeda brasileira frente ao dólar e acirrada competição entre os empreendedores.

“Esta foi a primeira vez em um leilão de energia elétrica em que projetos da fonte solar fotovoltaica venderamenergia a preços menores do que os de projetos de CGHs, PCHs e termelétricas a biomassa”, comenta Sauaia.

Com o LEN A-4, o Brasil oficializa a contratação de 20 novas usinas solares fotovoltaicas, totalizando 574 megawatts (MW) de potência a ser injetada na matriz, para as quais serão realizados investimentos privados de mais de R$ 2,5 bilhões até 2021, segundo a Absolar.

Os projetos estão localizados nas regiões Nordeste e Sudeste, nos estados do Piauí (240 MW), Pernambuco (147 MW), Bahia (112 MW) e São Paulo (75 MW).

O presidente da Absolar lembra que o sucesso de um leilão de energia não é definido apenas pelo preço médio ou pela quantidade de projetos contratados, mas que estes projetos sejam de fato construídos, entrem em operação e forneçam energia elétrica à matriz.

“Desse modo, teremos a medida clara do sucesso deste leilão a partir do início de 2021, quando os projetos contratados estiverem em operação comercial”, aponta Sauaia.