Queda nos custos de renováveis pode impulsionar recuperação pós-pandemia

15/06/20 | São Paulo

Brasil Energia 

Conclusão é do relatório do Pnuma, Escola de Frankfurt e BNEF, que analisa investimento e expansão de renováveis globalmente em 2019, considerando metas do Acordo de Paris

A queda contínua dos custos de energia renovável representa uma oportunidade de recuperação econômica pós-pandemia de Covid-19 e aproxima o mundo do cumprimento das metas do Acordo de Paris para o clima. É o que afirma o relatório Tendências Globais no Investimento em Energia Renovável 2020 do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), do Centro de Colaboração da Escola de Frankfurt-Pnuma e da BloombergNEF (BNEF).

O documento analisa as tendências de investimento de 2019 e os compromissos relacionados à energia limpa assumidos por países e corporações para a próxima década.

Foram identificados compromissos equivalentes a 826 GW de nova capacidade de energia renovável não hidrelétrica, a um custo provável de cerca de US$ 1 trilhão, até 2030.

O caminho para limitar o aumento da temperatura global a menos de 2 graus Celsius – o principal objetivo do Acordo de Paris – exigiria a adição de cerca de 3.000 GW até 2030, a quantidade exata dependendo do mix de tecnologia escolhido. Os investimentos planejados também ficam muito abaixo dos US$ 2,7 trilhões comprometidos com energias renováveis ??durante a última década.

Mais GW com menos US$

No entanto, o relatório mostra que o custo da instalação de energia renovável atingiu novos mínimos, o que significa que investimentos futuros fornecerão muito mais capacidade. Em 2019, a capacidade de energia renovável, excluindo grandes barragens hidrelétricas de mais de 50 MW, cresceu 184 GW, 12% a mais que em 2018. Contudo, o investimento em dólar em 2019 foi apenas 1% superior ao ano anterior, de US$ 282,2 bilhões.

O custo nivelado de eletricidade da energia eólica e solar continua caindo, graças a aprimoramentos tecnológicos, economias de escala e concorrência acirrada nos leilões. Os custos de eletricidade de novas usinas de energia solar fotovoltaica no segundo semestre de 2019 foram 83% menores que na década anterior.

As renováveis têm aumentado a participação no mercado de geração de energia, dominado por combustíveis fósseis. Quase 78% dos novos GW instalados em 2019 correspondem a energia eólica, solar, biomassa e resíduos, geotérmica e pequenas hidrelétricas. Esse aumento, que exclui as grandes hidrelétricas, foi três vezes maior que o das novas usinas de combustíveis fósseis.

Outros destaques de 2019, segundo o relatório, são: as maiores adições de capacidade de energia solar em um ano, de 118 GW. O maior investimento em energia eólica offshore em um ano, US$ 29,9 bilhões – um aumento de 19% em relação ao ano anterior. O maior volume de contratos corporativos de compra de energia renovável, com 19,5 GW em todo o mundo. E a maior capacidade contratada em leilões de energia renovável, de 78,5 GW em todo o mundo.

O investimento em 2019 elevou a participação de fontes renováveis, excluindo as grandes hidrelétricas, na geração global para 13,4%, ante 12,4% em 2018 e 5,9% em 2009. Isso significa que as usinas de energias renováveis impediram a emissão de 2,1 gigatoneladas de dióxido de carbono, uma economia substancial, dadas as emissões globais do setor de eletricidade de aproximadamente 13,5 gigatoneladas em 2019.