Rede de padarias no ES vai produzir sua própria energia

04/10/21 | São Paulo

Reportagem publicada pela Gazeta Online

Empresa capixaba aposta na geração de energia solar para atender sete das suas 10 unidades localizadas na Grande Vitória

Que tal um pão quentinho produzido por energia limpa? Uma rede de padarias no Espírito Santo resolveu apostar na sustentabilidade e está construindo uma usina fotovoltaica, no Norte do Estado, para atender sete das suas 10 lojas localizadas na Grande Vitória.

O parque de geração de energia solar da Padaria Monza será instalado em Linhares, em uma área equivalente a quase dois campos e meio de futebol. Pouco mais da metade dessa área será destinada à instalação das placas solares importadas que vão gerar 1,5 megawatt (MW) de energia, o suficiente para atender 70% das suas unidades.

O projeto da usina já foi aprovado e vai sair do papel após três anos de pesquisa e planejamento. O investimento previsto é de R$ 5 milhões, valor que foi totalmente financiado e será pago ao longo de 10 anos.

Segundo o proprietário da rede, Domingos Savio Erthal Nicolau, a partir do momento que a usina começar a operar, o que está previsto para acontecer no primeiro semestre de 2022, ela já vai dar retorno financeiro. Dessa forma, o empresário afirma que conseguirá pagar o financiamento, fazer o uso de energia limpa e reduzir em até 75% a conta de luz.

“Esse é o melhor investimento do mundo”, comemora Domingos Nicolau ao comentar que a instalação das placas será feita por uma empresa especializada.

A iniciativa da padaria é um dos exemplos entre tantos outros que vêm sendo implantados no meio industrial e que têm o objetivo de tornar os processos produtivos mais sustentáveis.

A presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Cris Samorini, frisa que, já há algum tempo, as empresas capixabas têm tido uma preocupação com a eficiência hidroenergética, mas que agora, diante da crise que o Estado e país enfrentam – a pior em 91 anos – o tema ganha ainda mais relevância nas estratégias competitivas das indústrias.

“A indústria já vem tendo esse tipo de compromisso nos últimos anos e nós da Federação vamos sempre estimular as empresas a investirem cada vez mais em iniciativas nessa direção”, diz a presidente.

Segundo a dirigente, a indústria capixaba tem uma participação de apenas 2,28% no consumo de água no Estado. A média nacional é de 9,7%, conforme dados de 2020 da Agência Nacional de Águas (ANA).