29/07/21 | São Paulo
Reportagem publicada no Agrolink
Com um primeiro semestre de mercado positivo e demonstrando valores acima da média na venda do quilo vivo em remates, a expectativa é de manutenção de alta nos valores comercializados nos leilões de primavera em pelo menos 20%. A avaliação é do leiloeiro e diretor da Trajano Silva Remates, Marcelo Silva. A primeira parte de 2021 na pecuária, de acordo com o especialista, foi marcada por grande procura.
Segundo Silva, esse primeiro semestre o que se refere aos bovinos foi positivo com grande procura e surpreendente valorização especialmente das fêmeas no mercado. “Aqui no Rio Grande do Sul fizemos um bom volume de vendas no particular e com preços bem acima do que esperávamos. Podemos considerar que para nós, na Trajano Silva Remates, foi o melhor primeiro semestre dos últimos seis anos”, destaca. Sobre o que vem pela frente, o diretor da Trajano Silva Remates reforça que, em função do que ocorre no Brasil Central e nos remates que são realizados na região, há perspectiva positiva e uma alta esperada sobre as médias do ano passado. O volume de animais ofertados também deve diminuir. “Teremos uma redução significativa na oferta por conta de atrasos nas pastagens. Muitos animais não irão se aprontar nos leilões de primavera, em especial os que ocorrerão em setembro”, observa.
Silva projeta uma retenção de fêmeas para a Temporada de Primavera da Pecuária, momento de pico de comercialização no mercado gaúcho. “Tivemos remates no ano passado que tivemos 300 fêmeas e este ano serão 80. Outro que ofertou 200 esse ano serão 120. Então essa é uma tônica meio geral. Acredito que isso vai influir na valorização daquelas que sairão para venda”, sinaliza.
De acordo com as informações divulgadas pela ABSOLAR, a potência instalada no Rio Grande do Sul coloca o estado na terceira posição do ranking nacional da ABSOLAR. Segundo a entidade, o território gaúcho responde sozinho por 12,4% de todo o parque brasileiro de energia solar na modalidade.
O estado possui 71.507 conexões operacionais, espalhadas por 496 municípios, ou aproximadamente 99,8% dos 497 municípios da região. Atualmente, são cerca de 89.042 consumidores de energia elétrica que já contam com redução na conta de luz e maior autonomia e segurança elétrica.
Desde 2012, a geração própria de energia solar já proporcionou ao Rio Grande do Sul a atração de mais de R$ 3,8 bilhões em investimentos, geração de mais de 22 mil empregos e a arrecadação de mais de R$ 1,1 bilhões aos cofres públicos.
Para Mara Schwengber, coordenadora estadual da ABSOLAR no Rio Grande do Sul, o estado é atualmente um importante centro de desenvolvimento da energia solar. “A tecnologia fotovoltaica representa um enorme potencial de desenvolvimento sustentável, econômico e social para os gaúchos, com geração de emprego e renda, atração de investimentos privados e colaboração no combate às mudanças climáticas”, comenta.
De acordo com a entidade, o marco legal para a geração própria no Brasil, previsto no Projeto de Lei nº 5.829/2019, deve ser votado no retorno do recesso parlamentar e fortalecerá a segurança de suprimento elétrico em tempos de crise hídrica e bandeira vermelha na conta de luz. O PL é de autoria do deputado federal Silas Câmara e relatoria do deputado federal Lafayette de Andrada.
“Por isso, é fundamental o apoio da sociedade organizada e das empresas locais no sentido de estabelecer um arcabouço legal, transparente, justo e que reconheça os benefícios da energia solar na geração distribuída no País”, acrescenta Mara.
Para o presidente executivo da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, a energia solar fotovoltaica terá função cada vez mais estratégica para o atingimento das metas de desenvolvimento socioeconômico e sustentável em todos estados brasileiros, sobretudo neste momento de crise hídrica e aumento na conta de luz dos brasileiros. “A tecnologia fotovoltaica é essencial para a recuperação da economia após a pandemia, sendo a fonte renovável que mais gera empregos no planeta”, conclui Sauaia.