19/10/23 | São Paulo
Reportagem publicada em Portal Tratamento de Água
A Sabesp tem investido em novos projetos de energia, com o objetivo de chegar a 2027 com um abastecimento mais diversificado.
A meta é que, em cinco anos, cerca de 45% de todo o consumo da empresa venha de autoprodução e outros 4,5% de geração distribuída por meio de usinas solares fotovoltaicas.
A ideia é lançar ainda neste ano uma licitação para contratar um projeto relevante de autoprodução, que esteja igualmente focado na geração de energia renovável. A equipe está finalizando a modelagem do edital e o valor estimado de investimento. A meta é alcançar geração própria de energia entre 100 MWm e 150 MWm.
A meta é publicar o chamamento no quarto trimestre de 2023, mas o início do fornecimento se daria apenas a partir de 2027.
Além disso, a empresa realiza neste momento um investimento de aproximadamente R$ 240 milhões para implantar 34 novas usinas fotovoltaicas. Alcançar 2025 com um total de 43 usinas de geração distribuída é a meta. Hoje, já há nove delas em operação, que receberam investimentos de cerca de R$ 80 milhões. Esses geradores deverão atender a maior parte do consumo de baixa tensão da empresa (cerca de 60% desse segmento) e, quanto totalmente instaladas, deverão representar entre 4% e 4,5% do consumo total da companhia.
“Estamos diversificando a carteira de energia, que é um dos maiores custos operacionais de empresas de saneamento básico”, afirma Paula Violante, diretora de engenharia e inovação da companhia paulista.
Apenas com as usinas de geração distribuída, a projeção é de uma economia nos gastos com energia na ordem de R$ 55 milhões por ano, diz ela.
“Nossa meta é reduzir o ‘opex’ [despesas operacionais] e melhorar a operação, torná-la mais segura, sempre comparando o que se tem de opção no mercado e avaliando o que podemos adicionar.”
Nos últimos anos, a Sabesp já tem buscado reduzir os custos com energia, e isso tem sido alcançado por meio da migração do fornecimento para o mercado livre. Atualmente, essa mudança já representa 65% do consumo total, e no próximo ano, a participação deverá chegar a 70%.
“Hoje as condições de preço no mercado livre estão bastante interessantes, e conseguimos, em um leilão realizado neste ano, preços atrativos.”
Futuramente, porém, boa parte do consumo de alta tensão atendido por esses contratos deverá passar a ser gerado pela própria Sabesp, por meio do projeto em vias de ser lançado. 65% do consumo já está no mercado livre.