Saltinho terá a maior usina solar do Estado de São Paulo

24/02/22 | São Paulo

Reportagem publicada pela Gazeta de Piracicaba

A usina, geradora de energia limpa, deve entrar em operação no próximo mês, conforme apurou a Gazeta

Uma lavoura diferente chamou a atenção dos moradores da região rural de Saltinho. No meio do canavial, há cerca de um mês, começaram a ser plantados módulos para a geração de energia solar. De repente, a cultura vingou. A meta da empresa Setup Energy, terceirizada pela Âmbar Energia, pertencente ao Grupo JBS, é ter nessa lavoura tecnológica plantados 9.408 módulos até março, em uma área de 70 mil metros quadrados, com capacidade para gerar 5 megawatts pico.

Tendo como referência que a subestação de Saltinho fornece cerca de 7 megawatts pico e que há outras três usinas fotovoltaicas em funcionamento na região, alimentando a mesma subestação, assim que a nova usina entrar em operação, a cidade terá fonte geradora própria de energia limpa capaz de torná-la autossuficiente. Ou seja, a cidade de Saltinho produzirá mais energia do que ela consome e o excedente poderá abastecer outras subestações, sendo vendida na rede de distribuição de energia.

Trabalham no empreendimento cerca de 40 profissionais, em uma área arrendada pela Âmbar. A usina é considerada a maior do Estado de São Paulo e terá função estratégica especialmente nos períodos de seca, em que a bandeira tarifária alcança a cor vermelha e os preços pelo serviço de fornecimento disparam. A Setup Energy também foi a responsável pela construção das outras três usinas em operação na região.

Moradores da área rural demonstraram contentamento pela iniciativa. “Isso vai valorizar o bairro”, disse Elisabete de Fátima Augusto. Ao lado do seu marido Samuel Marcelo dos Santos e de sua vizinha Débora dos Santos Silva, compreende que a iniciativa chega em boa hora. “Temos só a agradecer, porque vai ficar bom para todo mundo”.

Paulo Amauri dos Santos, domador de cavalo, que trabalha no Aras São Francisco, bem próxima da usina fotovoltaica, disse que está tranquilo com o empreendimento e entende que a tecnologia não trará qualquer problema à segurança da sua família. Questionado se tem medo de que possa aumentar o número de raios na região em decorrência das placas instaladas, respondeu: “Que problema teria? Hoje em dia as pessoas instalam isso em cima da própria casa. Se fosse perigoso não seria tão desejado assim. E todo mundo quer porque é economia. É modernidade”.

A pergunta foi feita em função de mensagens recebidas pela Gazeta de que a região ficaria mais vulnerável a raios. Mas os engenheiros responsáveis pela instalação disseram que é tudo devidamente aterrado. “Tudo é feito de acordo com as normas técnicas e o risco de raio que corremos aqui é o mesmo risco que qualquer pessoa corre em sua própria casa. Ou seja, praticamente zero”.