05/05/22 | São Paulo
Reportagem publicada pelo E&P Brasil
Usina fotovoltaica instalada no complexo da Uninassau, em Caruaru, agreste de Pernambuco. A Uninassau é uma das unidades universitárias do grupo Ser Educacional
O grupo Ser Educacional espera alcançar uma economia de 88% na conta de energia com a instalação de uma usina solar fotovoltaica no Agreste de Pernambuco, para abastecer 12 de suas unidades universitárias.
Instalada em Caruaru, a usina já gerou, desde o dia 15 de fevereiro, mais de 318,6 MWh — o volume de energia também evitou a emissão de 34,6 ton de CO2, o equivalente a plantar 148 árvores, informa o grupo. A longo prazo, a redução de emissões é calculada em 207,81 toneladas por ano.
A usina solar do grupo Ser Educacional utiliza placas fotovoltaicas para transformar a luz do sol em eletricidade e enviá-la para outros locais por meio de linhas de distribuição. A estrutura é formada por 2.212 módulos, com placas bifaciais e nove inversores, tendo a capacidade de 1,2 MW de pico. O sistema também deve produzir 2,3 GWh de energia ao ano.
O investimento teve um custo de R$ 4,5 milhões e vai abastecer todas as unidades de baixa tensão pertencentes ao grupo no estado, além de algumas unidades de alta tensão que ainda não estão no mercado livre de energia.
Com a economia de 88%, o grupo privado de educação espera obter o retorno do investimento em um período menor que três anos.
“Com a criação desta usina, além de gerar energia elétrica limpa para as nossas Instituições de Ensino Superior na região, ainda teremos uma redução de custos da empresa, se pensarmos a longo prazo”, afirma Jânyo Diniz, presidente do Ser Educacional.
A energia gerada pela usina solar do Ser Educacional será injetada na rede da Neoenergia de Pernambuco. Em março, um dos meses considerados mais chuvosos no Agreste pernambucano, a usina produziu energia equivalente a 50% do consumo das unidades atendidas no mesmo período de 2019.
GD ganha espaço em Pernambuco
Segundo o gerente de Relacionamento com Grandes Clientes da Neoenergia, Rafael Motta, Pernambuco tem cerca de 32 mil unidades abastecidas por energia fotovoltaica, somando 18 mil que produzem para consumo próprio e outras 14 mil que também são atendidas.
“Recebemos, em média, 2 mil projetos de geração distribuída por mês e ligamos, aproximadamente, 1,5 mil. O crescimento em 2021 foi de 200%”, comunicou Motta em um evento do setor no final do ano passado.
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Segundo Motta, o Sertão é uma das regiões mais procuradas por consumidores interessados em projetos de energia solar, mas ainda há limitação para o escoamento da produção.
Já no Arquipélago de Fernando de Noronha, as duas usinas solares instaladas na ilha em 2017 respondem por 10% do consumo de energia do local.
O Governo de Pernambuco tem feito parcerias com a Neoenergia nas macrorregiões, tanto na construção de subestações como de linhas de transmissão, e espera ampliar a geração e distribuição da energia solar com os novos leilões federais de energia.
No ano passado, Pernambuco recebeu a instalação, pela empresa espanhola Solatio, do maior complexo de energia solar do país em São José do Belmonte (Sertão Central).
A primeira das três usinas já foi inaugurada e, quando o empreendimento estiver concluído, serão gerados até 810 megawatts (MW), o bastante para abastecer 800 mil famílias. O projeto é fruto de um investimento de R$ 3 bilhões e ocupa uma área de 186,9 hectares.
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