Telhados solares ainda crescem no Brasil apesar da crise do coronavírus

15/07/20 | São Paulo

The Greenest Post 

Nem mesmo a crise gerada pela pandemia do Covid-19 conseguiu frear a expansão da energia solar distribuída no Brasil, que cresceu mais de 90% no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo período de 2019.

Segundo o banco de dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), foram 83.048 sistemas conectados de janeiro a junho neste ano, comparados aos 43.703 do ano passado.

Em abril, mês em que o mercado foi mais afetado pela paralisação, o número de novas conexões ainda foi cerca de 59% superior ao mesmo período de 2019.

Iniciado em 2012, ano em que a Aneel promulgou as regras da geração distribuída, o mercado de energia fotovoltaica cresce continuamente no país a uma média anual acima de 200%.

Hoje, já são mais de 260 mil brasileiros que utilizam a luz do sol para gerar a própria energia, economizar na conta de luz e ainda ficar imune à inflação energética.

De acordo com os dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), esses projetos já acumulam R$15,16 bilhões em investimentos e geraram 130 mil empregos desde 2012.

A grande maioria (72,3%) dos sistemas instalados são de consumidores residenciais que, durante a quarentena, tiveram uma nova prova das vantagens econômicas oferecidas pela tecnologia.

Mesmo com o aumento do consumo devido ao maior tempo dentro de casa, quem já tinha o sistema instalado continuou economizando até 95% na conta.

Além disso, eles também já se encontram imunes aos novos aumentos no preço da energia, originados pela crise do Covid-19 e que afetarão o bolso dos brasileiros pelos próximos anos.

Somente o empréstimo emergencial promovido pelo governo para ajudar o caixa das distribuidoras durante a crise, e que será pago em parte pelos consumidores durante 5 anos, deverá inflacionar em até 20% o preço da energia.

Essas novas ameaças ao bolso reacenderam o interesse dos consumidores pelos sistemas fotovoltaicos, tecnologia com mais de 25 anos de vida útil e com baixa manutenção.

Impulsionada pelos preços em queda e dezenas de linhas de financiamento disponíveis, a aquisição dos sistemas está mais acessível e, em alguns casos, permite quitar a parcela com a economia obtida na conta.

Com esse cenário favorável e a grande disponibilidade de luz solar, a fotovoltaica deve continuar crescendo no país, ajudando para a geração de empregos e na recuperação econômica do Brasil pós-Covid-19.

Por Ruy Fontes