Edital eleva preço em leilão de fonte solar

03/08/15 | São Paulo

Valor Econômico

O preço-teto de R$ 349 por megawatt-hora (MWh), aprovado ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a energia solar no próximo leilão de reserva, marcada para o dia 28 de agosto, agradou o setor e deve atrair grande número de ofertantes, prevê o diretor da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), Rodrigo Sauaia.

O valor é 33% maior que os R$ 262 por MWh estabelecidos no leilão de outubro de 2014, que marcou a estreia da fonte na matriz brasileira, com a contratação de quase 1 gigawatt (GW) de capacidade e deságio médio de 18%.

"O governo acertou em reconhecer no preço as condições macroeconômicas mais difíceis, a variação cambial expressiva e o aperto nos financiamentos, com aumento nas taxas de juros", ressaltou Sauaia. "Com esse preço, será possível atrair um grande número de ofertantes, e viabilizar um leilão acirrado, com deságio expressivo", acrescentou o diretor da Absolar.

Até agora, foram cadastrados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) 382 projetos com o total de 12,5 gigawatts (GW) de capacidade. A previsão de Sauaia é que cerca de 80% desses empreendimentos devem atender às condições para habilitação no certame, com expectativa, portanto, de cerca de 10 GW de oferta.

Os empreendimentos contratados assinarão contratos com vigência de 20 anos na modalidade de suprimento por disponibilidade. Os projetos deverão iniciar operação em 1º de agosto de 2017, ou seja, o prazo de entrega é mais enxuto, de apenas dois anos, contra o prazo de três anos estabelecido no certame realizado em outubro.

Neste ano, diante da menor oferta de financiamento e do real mais depreciado em relação à moeda americana, o governo tem aumentado o preço-teto oferecido para os leilões de energia. "No caso da fonte solar, o câmbio tem uma importância muito grande, porque ainda não há uma cadeia de fornecedores instalados no Brasil", afirma o diretor da Absolar. (Colaborou Rafael Bitencourt, de Brasília).