Usinas eólicas e solares incrementarão 6 GW no Brasil até 2026

29/06/22 | São Paulo

Reportagem publicada pelo Canal Solar

Maioria dos empreendimentos centralizados será construído no Nordeste com investimentos de R$ 34 bilhões

Em menos de quatro anos, até janeiro de 2026, o Brasil deverá incrementar cerca de 6 GW de potência no sistema elétrico a partir de usinas eólicas e empreendimentos solares que entraram em operação comercial.

É o que aponta o novo relatório da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), que leva em consideração os resultados obtidos pelas duas fontes nas últimas leilões de energia que foram realizados no país.

Caso a previsão se confirme, a capacidade instalada centralizada dessas duas fontes no Brasil passaria dos atuais 27 GW (21,92 GW de eólica e 5,08 GW de solar) para 33 GW, com uma média de cerca de 1,1 GW sendo ofertados todos os anos ao SIN (Sistema Interligado Nacional).

Neste período, o estudo também destaca que mais de 240 usinas eólicas e plantas solares de grande porte entrarão em operação no país. Ao todo, serão investidos cerca de R$ 34 bilhões para a construção dessas empreendimentos.

A maioria deveria começar a operar na região Nordeste, nos estados do Rio Grande do Norte, Bahia, Piauí e Paraíba, onde historicamente a incidência solar e a prevalência de bons ventos para a geração de energia são maiores.

Na avaliação de Rui Altieri, presidente do Conselho de Administração da CCEE, além do ganho ambiental e da geração de emprego, o crescimento dessas fontes aumenta a confiabilidade do SIN (Sistema Interligado Nacional).

“A diversificação da matriz ajuda a reduzir a nossa dependência da hidrologia e dos reservatórios de água, que ainda são os nossos principais recursos de energia, e garantem um maior conforto para enfrentar impactos em tempos de mudanças climáticas”, explica ele.

Atualmente, a geração eólica é a terceira principal fonte de energia elétrica do país, com 813 usinas. Esse segmento começou a despontar em 2005, influenciado pela redução dos preços dos equipamentos necessários e pela criação de uma indústria nacional de pás e torres.

Já o mercado solar fotovoltaico é mais recente, com alguma representatividade a partir de 2015. Hoje, existem 187 grandes usinas que produzem energia a partir do sol e que são responsáveis por cerca de 1% da oferta para o SIN.