10/06/20 | São Paulo
Foi liberado na quinta-feira (4), para tramitação na Câmara Municipal, projeto de lei de autoria do vereador Reinaldo Soares de Lacerda (PSDB) que institui uma política municipal de incentivo ao uso da energia fotovoltaica (energia solar).
Segundo o autor do projeto, o objetivo é fomentar a adoção de sistemas fotovoltaicos no município de Itabira, com instalação de placas em prédios da administração municipal, uma forma eficaz e ambientalmente correta de gerar e economizar energia.
Reinaldo Lacerda apresentou projeto na reunião das comissões temáticas
“A implantação de placas fotovoltaicas nos prédios públicos, como fonte de energia alternativa, em pouco tempo paga o custo de implantação e gera economia”, defende o vereador, que aguarda a aprovação do projeto de lei pelos vereadores, para que seja, posteriormente, sancionado pelo prefeito Ronaldo Magalhães (PTB).
Essa fonte de energia limpa já tem sido adotada por vários municípios, inclusive para economizar com a iluminação pública.
Na cidade de Palmas, capital de Tocantins, a Prefeitura lançou o projeto Palmas Solar, com a instalação de um parque fotovoltaico para obter suficiência energética para os órgãos públicos municipais.
O projeto oferece também benefícios fiscais ao comércio e à indústria que adotarem o sistema de geração de energia limpa. Outras cidades desse imenso país tropical também têm adotado essa forma alternativa de geração de energia.
Por meio de painéis solares é feita a conversão dos raios solares em energia, por meio de placas receptoras. Por elas, o calor é direcionado a um gerador de energia convencional.
Na cidade de Campinas (SP), a Prefeitura instalou placas fotovoltaicas na praça Osvaldo Aranha, com área de 12 mil metros quadrados. A praça foi equipada também com 114 postes especiais com lâmpadas LED, com quatro postes funcionando como receptores dos raios solares.
Energia competitiva
Campinas (SP) já utiliza a energia fotovoltaica na iluminação pública e também em praças (Fotos: Portal Solar)
Outras cidades brasileiras já seguem pelo mesmo caminho. De acordo com a Agência #movidos, na última década os preços competitivos das fontes de energia renováveis fizeram com que a sua capacidade crescesse em todo o mundo.
Em 2018, elas responderam por 62% de toda a nova capacidade elétrica instalada no mundo, segundo a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA, na sigla em inglês). “As novas tecnologias energéticas e a aceleração desse crescimento poderão tornar as renováveis líderes da matriz elétrica mundial nos próximos 10 anos”, afirma a agência.
Segundo o mais recente infográfico da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil já ultrapassou a marca de 5 Gigawatts (GW) de energia solar instalada.
“Embora seja um marco notável para a tecnologia, a capacidade ainda é baixa perante o potencial solar, fonte de energia mais abundante no Brasil e que atrai investimentos bilionários que podem ajudar na recuperação econômica do país após a Covid-19”, escreve o jornalista Ruy Fontes, da Agência #movidos. Leia mais aqui .
Parques fotovoltaicos são instalados em todo o país
Placas de geração de energia podem ser instaladas em praças e prédios públicos, assim como em indústrias, sítios e fazendas
De acordo com o jornalista especializado em energia fotovoltaica, nos telhados brasileiros o potencial de geração elétrica por placas solares é de 164 GW, que equivalem a quase os 170 GW de capacidade elétrica total do Brasil em 2019.
Iniciado em 2012, após a promulgação das regras da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o segmento de geração distribuída vem crescendo, em média, 200% ao ano desde então.
“Atualmente, mais de 208 mil estabelecimentos no Brasil já produzem sua própria energia por meio das placas solares e demais equipamentos do kit de energia solar , entre agronegócios, empresas e, principalmente, residências”, anuncia o jornalista.
O segmento no país já conta com mais de 14 mil empresas de energia solar e gera mais de 162 mil empregos acumulados desde 2012.
Em Itabira, a mineradora Vale deve ao município a instalação de equipamentos de geração de energia alternativa (eólica, fotovoltaica) no Parque Natural Municipal Ribeirão de São José.
A Prefeitura está restaurando o conjunto arquitetônico, do início do século passado. É hora de reativar o projeto e cobrar a parceria da mineradora para que o parque se transforme em unidade de conservação voltado para a geração de energia limpa.