Palestrantes destacam benefícios e mudanças que o Mercado Livre de Energia pode trazer ao Brasil

09/05/24 | São Paulo

Evento da ABSOLAR contou com painéis sobre o tema, onde palestrantes debateram e apresentaram meios para o modelo de compra e venda no país

Por Gabriel Caiafa

Nesta quinta-feira, 9 de maio, a ABSOLAR reuniu os principais players do mercado, no Teatro Renaissance, em São Paulo, para o evento Mercado Livre ABSOLAR, em um dia de palestras, matchmaking empresarial, debates e muita troca de informações.

Ronaldo Koloszuk, Presidente da ABSOLAR, destacou o potencial do mercado livre de energia e de geração de negócios do evento. O CEO da PV Operation, Siqueira Neto, afirmou que o Mercado Livre só tende a crescer e se desenvolver.

Ângela Oliveira, Diretora de Relações Institucionais da Abraceel, trouxe números do mercado. Segundo ela, “59% da geração de energia solar fotovoltaica está no Mercado Livre e o potencial de expansão é expressivo, e a solar pode ser protagonista nesse processo”, comentou.

“As fontes renováveis liderarão a expansão da matriz elétrica, com protagonismo da solar fotovoltaica e desconto expressivo da solar com relação ao PLD em 2060, de 39%”, afirmou Inês Gaspar, Gerente de Produto da Aurora Energy Research.

Para Márcio Trannin, Vice-Presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, os benefícios da ACL são claros: 37 mil consumidores já são livres e muitos outros podem migrar, com evidente redução de tarifas.

Segundo Cesar Pereira, Gerente Executivo de Regulação e Capacitação da CCEE, hoje existem 170 mil consumidores potenciais para o mercado livre e, somente neste ano, a previsão é de que 20 mil consumidores migrem para este mercado.

Donato Filho, CEO da Volt Robotics, apresentou experiências internacionais que contribuem para a perspectiva de que o sinal de preço ao consumidor podem alterar o seu comportamento e que “os modelos de formação de preço necessitam ser aprimorados para acomodar as mudanças de comportamento”.

“A mobilização pré-construção é fundamental. Quanto menos impactar o terreno em que será instalada a usina, maiores serão os ganhos em termos de geração de energia e redução de custos de manutenção” apresentou Fernando Casasola, Gestor de Vendas de Usinas Solares da WEG.

Matheus Medeiros, Utility Scale Solar PV Projects da Sungrow comentou que “os sistemas de armazenamento de energia podem ser aliados para contribuir na diferença entre a curva de carga e a curva de consumo”.

Já Siqueira Neto, CEO da PV Operation, informou que “é fundamental medir e analisar os parâmetros de operação da usina para verificar a produtividade e, caso esteja baixa, atuar para melhorar o desempenho do projeto”.

Ana Carla Petti, Diretora de Assuntos Regulatórios da Comerc Energia esclareceu as diferenças entre os modelos de produção no ambiente de comercialização livre, o modelo de autoprodução por equiparação e o consumidor livre, especificando os riscos e pontos de atenção com relação aos modelos que vêm sendo debatidos.

A última mesa redonda do evento Mercado Livre ABSOLAR começou com o moderador, Vice-Presidente de Geração Centralizada da ABSOLAR e Head of Country Brazil da Lightsource bp, Ricardo Barros, destacando que a energia solar é ESG por natureza. Logo depois, a CEO da Cela e Vice-Presidente de Investimentos e Hidrogênio Verde da ABSOLAR, Camila Ramos, falou sobre as estratégias de energias renováveis para indústria, as tendências tecnológicas e a necessidade de políticas públicas para que o setor se desenvolva.

Camila trouxe recortes do ano de 2023, informando que todos os PPAs selecionados no estudo da CELA foram referentes à autoprodução de energia solar. Segundo a pesquisa, a motivação do consumidor em investir na autoprodução é a redução na tarifa de energia. Além disso, apontou que empresas que não investem em ESG são mais difíceis de conseguir financiamentos para futuros projetos.

Isabella Sene, Especialista Técnico Regulatório da ABSOLAR, falou sobre a Força-Tarefa (FT) ESG da associação. A palestrante destacou que é uma iniciativa muito importante para que as empresas entendam as boas práticas que precisam ter para entregar valor para o mercado. A FT tem o objetivo de criar metas para ajudar os associados a colocar em prática todos esses processos e ainda debate sobre a reciclagem dos módulos fotovoltaicos.

Gisele Astorga Viveros, Gerente de Relacionamento com Clientes Corporativos da Auren Energia, afirmou que, para além de trazer a pauta sustentável, é necessário que uma empresa desenvolva um lado social, trazendo também mais mulheres para o mercado. Carla Cardilo, CFO da Ecom Energia, complementou dizendo que a experiência do consumidor é um ponto que também deve ser levado em consideração nas empresas para as práticas ESG. Para Carla, é muito importante investir em plataformas tecnológicas para fazer esse atendimento ao cliente de forma efetiva e que traga a satisfação do cliente.

Com o fim das palestras, o evento ainda continuou com uma mesa redonda onde diversas perguntas foram respondidas do público presente, além de uma finalização onde os participantes puderam terminar seus negócios em um coquetel pós-evento.

Confira abaixo uma galeria de fotos: