20/08/20 | São Paulo
Especialistas debatem vantagens e desafios do armazenamento de energia no ABSOLAR Inside
A fonte solar e o armazenamento de energia proporcionam, juntos, liberdade e autonomia para os consumidores brasileiros. Essa foi a análise do coordenador do GT (Grupo de Trabalho) de Armazenamento da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica),Markus Vlasits, durante o primeiro episódio do ABSOLAR Inside, apresentado nesta terça-feira (18).
“Energia solar e armazenamento se complementam. Essas duas tecnologias andam de mãos dadas e conseguem proporcionar para seus consumidores a autonomia energética que muitos almejam”, afirmou o especialista.
Vlasits também fez uma projeção sobre os preços das baterias nos próximos anos. “No caso das baterias de lítio, por exemplo, temos observado uma redução de quase 90% no seu preço durante os últimos dez anos. Tenho certeza que essa redução de preço vai continuar porque existe muita demanda por bateria, seja para mobilidade elétrica ou para o setor estacionário de armazenamento do hemisfério norte. Então, essa demanda vai providenciar o aumento da cadeia produtiva de bateria e este aumento vai gerar economia de escala, que por sua vez, contribuirá para reduzir o custo de bateria. Isso é ótimo para o setor solar”, enfatizou o executivo.
Desafios do mercado brasileiro fotovoltaico
Durante o primeiro episódio, que contou com a apresentação da jornalista Priscila Brandão, também foram destacados os principais desafios do setor fotovoltaico no Brasil.
Vlasits ressaltou que o grande desafio do mercado brasileiro é a tributação que incide em componentes de sistemas de armazenamento. “Infelizmente, o governo brasileiro optou em tributar as bateria, que é um item de alta tecnologia para o setor de energia elétrica, com alíquotas tributárias pesadas. Temos ICMS, IPI e demais tributos que na hora de importar uma bateria de lítio tem um custo de nacionalização de mais de 80%, que acabam inviabilizando projetos”, destacou.
A opinião de Vlasits também foi similar a de Rodrigo Pedroso, CEO do Grupo Pacto Energia, que afirmou que questões econômicas inviabilizam o crescimento do segmento de armazenamento de energia no Brasil. “O grande desafio agora é vencer a barreira econômica e conseguir trazer recursos para financiar os projetos”, comentou o executivo.
Questionado sobre o tema, o CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, elencou os desafios que a associação enfrenta e comentou como a entidade tem agido para superá-los. “Comunicar e informar. Esses são os desafios que a ABSOLAR trabalha, visando construir programas, políticas e incentivos, com o apoio do GT de armazenamento de levar a bandeira desta solução adiante para que consigamos com isso ajudar a acelerar o uso desta tecnologia no país”, enfatizou.
Primeiro episódio do ABSOLAR Inside destacou os principais desafios do setor solar
Desmistificando sistemas fotovoltaicos
Durante o programa, o especialista em energia fotovoltaica da Ecori, o engenheiro João Paulo de Souza, falou sobre mitos construídos ao longo do tempo que precisam ser desfeitos para impulsionar ainda mais os negócios com maior qualidade, segurança e tecnologia.
Entre os pontos a serem desmitificados, ele comentou sobre o mito de que os microinversores aquecem em excesso se instalados no telhado. “É um mito que corre bastante, mas o microinversor foi feito pra ser justamente instalado debaixo do módulo, em cima do telhado”, comentou.
“Muitos pontos de mal contato devido a conexões adicionais. Este é outro mito. Você tem conexão adicional quando, por exemplo, conecta os módulos do telhado no inversor lá em baixo, na edificação. Você tem uma conexão adicional, por exemplo, para colocar fusíveis, DPS (Dispositivo de Proteção Contra Surtos), fazer a conexão de módulos com string box, de string box com inversor”, explicou Souza.
O especialista ainda comentou sobre o mito de que a manutenção mais complexa traz maior risco ao instalador. “Muito pelo contrário. Você tem a visão de cada módulo, consegue saber como esta cada componente do seu sistema. Ou seja, se tem alguma coisa anormal ou não”, disse.
"Por exemplo, seu cliente está reclamando que a geração está baixa, que a conta está vindo mais alta ou que o sistema está com algum problema. No caso, você olhando o monitoramento, terá o diagnóstico completo e verá se está tudo ok ou se há algum problema no módulo ou de sombreamento. Portanto, você elimina uma manutenção de ter que ficar em cima do telhado e tentar descobrir o que aconteceu", concluiu o engenheiro.