04/12/20 | São Paulo
Um mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) constatou que Minas Gerais superou a marca de 800 megawatts (MW) instalados em áreas, imóveis e empresas por todo o Estado. A capacidade instalada atual mantém Minas na liderança da geração solar distribuída no País. Em um cenário de altas tarifas de energia e incentivos do governo estadual, a instalação de usinas fotovoltaicas se tornou uma alternativa rentável.
Segundo a ABSOLAR, Minas Gerais é responsável por 19,6% da capacidade total instalada de energia solar distribuída no Brasil. São 68.050 conexões operacionais no Estado, abrangendo em torno de 98,0% dos 853 municípios. Atualmente, 95.707 consumidores optam por produzir e distribuir energia elétrica limpa e renovável.
O coordenador estadual em Minas Gerais da ABSOLAR, Bruno Catta Preta, diz que o Estado possui a legislação mais adequada para o fomento da geração solar distribuída. Entre outros incentivos, Minas oferece isenção de ICMS para microgeração de até 75 quilowatts (kW) e minigeração de até 5 MW. O ICMS também é isento para equipamentos, peças, partes e componentes utilizados na construção de usinas.
Para o presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), Carlos Evangelista, a legislação mineira é modelo em todo o País. “Em breve, esses incentivos serão aplicados nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. O Rio, inclusive, já aprovou os mesmos incentivos dados por Minas”, relata.
Além de economia, a instalação de usinas gera renda e emprego. Segundo a ABSOLAR, cada megawatt instalado gera de 20 a 30 empregos durante o período de instalação. O coordenador estadual da entidade chama atenção para os benefícios que a geração solar distribuída vem trazendo para a população do Norte de Minas. “São terras áridas, secas, sem produção nenhuma. É possível comprar ou arrendar terrenos baratos e construir fazenda solares com custos baixos”, explica.
Competitividade – A geração distribuída também traz economia e competitividade para as indústrias de Minas Gerais. A assessora executiva na área de energia da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Tânia Santos, afirma que, além de construírem suas próprias usinas, as empresas podem se associar a entidades que já produzem energia renovável e conseguir descontos na conta de energia. “Os descontos podem chegar a até 22% na conta. A empresa deixa de pagar para a concessionária e começa a pagar para o consórcio gerador de energia compartilhada”, detalha.
“Nesse momento, em que está em vigor a bandeira vermelha, no patamar 2, esse tipo de investimento se torna ainda mais rentável. Reduzindo custos, as empresas se tornam cada vez mais competitivas”, acrescenta Tânia.
Desafio – Para o coordenador estadual em Minas Gerais da ABSOLAR, o principal desafio para o sistema de geração solar distribuída é a distribuição. “É preciso melhorar as linhas de transmissão já existentes e instalar novas. Há muitos investidores interessados, mas a falta de infraestrutura impede que muitas usinas sejam construídas”. Bruno Catta Preta lembra que, muitas vezes, as melhorias no sistema de distribuição são feitas com recursos dos próprios investidores.